Eleições 2024: Como funciona a urna eletrônica brasileira?

Com mais de 30 camadas de segurança, a urna eletrônica brasileira nunca apresentou risco de fraude
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Urna brasileira em uma eleição. Foto: Acervo Tribunal de Justiça Eleitoral

A cada 2 anos, a população brasileira vai até os locais de votação inserir clicar em alguns botões numéricos em uma urna eletrônica. Algumas horas depois sai o resultado das eleições. Usadas desde 1996, poucos entendem o funcionamento da urna eletrônica e algumas pessoas desconfiam da integridade do aparelho. Entenda com a TVT News como funciona o sistema eletrônico de uma urna brasileira.

O voto eletrônico é utilizado em maior ou menor grau em pelo menos 46 nações, segundo o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea). Desses, 16 países usam máquinas para votar. Nenhum se compara ao do Brasil que possui um aparelho e sistema de autoria nacional, tanto na criação do software quanto na produção do dispositivo.

As atualizações dos sistemas de segurança e a garantia da integridade de cada uma das urnas eletrônicas são de responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A entidade testa, fiscaliza e distribui as urnas para os locais de votação a cada biênio.

Chegada nas zonas eleitorais, cada urna eletrônica é checada pelos mesários. Todas as entradas são lacradas com um material específico produzido pela Casa da Moeda. Esses lacres mudam de cor em caso de tentativa de violação, o que possibilita uma identificação rápida.

No sistema da máquina há o cadastro de cada eleitor que irá votar na respectiva máquina, que corresponde a seção. O método é responsável por fiscalizar quem votou e impossibilitar que alguém vote mais de uma vez.

Cada aparelho deve possuir apenas dois terminais, que serão os meios de entradas e/ou saídas de informação. São eles: o terminal do mesário, onde identifica se o eleitor está apto para exercer sua democracia; e o terminal onde se realiza o voto.

Para garantir que o voto se mantenha secreto, o software da urna é programado para, após a realização do voto, embaralhar a ordem dos registros. O sistema saberá que você votou, mas não em quem.

A máquina tem ainda funcionamento autônomo e independente, sem conexão com redes externas, como a Internet. O que garante segurança e impossibilita ataques hackers. Internamente a urna eletrônica tem mais de 30 barreiras de proteção.

Após o fim do horário de voto, cada fiscal eleitoral irá imprimir os registros quantificados de votos. O papel não demonstra nenhuma informação pessoal e também não é possível alterar a contagem realizada pela máquina.

Realizado desde 2009, o Teste Público de Segurança (TPS) é um desafio para qualquer especialista em informática tentar invadir ou adulterar os sistemas. Também foi liberado para que qualquer cidadão brasileiro apresentasse o seu plano de ataque. Até hoje ninguém conseguiu invadir efetivamente as urnas de forma que comprometesse os resultados.

Por Emilly Gondim

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