Elis Regina faria 80 anos nesse 17 de março

Elis Regina, que hoje completaria 80 anos, permanece viva na memória cultural do Brasil.
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A Pimentinha faria 80 anos em 17 de março. Imagem: Wikimedia Commons TVT News

Elis Regina completaria 80 anos em 2025, e sua voz continua a ecoar como um dos maiores símbolos da música brasileira. Conhecida por sua interpretação poderosa e emocionante, Ela marcou gerações com canções que mostravam a potência vocal e presença de palco marcante e deixou um legado que continua a influenciar gerações de artistas e amantes da música.

TVT News celebra os 80 anos de nascimento de Elis Regina, relembrando a trajetória e as maiores interpretações da artista.

Quem foi Elis Regina?

Elis Regina Carvalho Costa nasceu em 17 de março de 1945, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Desde cedo, demonstrou talento para a música, iniciando sua carreira aos 12 anos em programas de rádio locais. Em 1965, ganhou destaque nacional ao interpretar “Arrastão” no 1º Festival de Música Popular Brasileira, consolidando-se como uma das principais vozes do país. Sua carreira foi marcada por interpretações intensas e uma capacidade única de transmitir emoções, o que lhe rendeu os apelidos de “Pimentinha” e “Furacão”. ​

Elis Regina não era apenas uma cantora; ela era uma intérprete que conseguia dar vida às palavras e melodias como poucos. Sua dedicação à música e sua busca pela perfeição artística a tornaram uma figura central na cena cultural brasileira, especialmente durante os anos 1960 e 1970, período marcado por grandes transformações sociais e políticas no país.

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Elis Regina e Jair Rodrigues, em 1972. Imagem: Fundo Correio da Manhã/Arquivo Nacional

Quais as maiores interpretações de Elis Regina?

Elis Regina eternizou diversas canções que se tornaram clássicos da música brasileira. Entre suas interpretações mais marcantes estão:​

  • “Águas de Março”: Parceria com Tom Jobim, essa canção é considerada uma das mais importantes da MPB.​
  • “Como Nossos Pais”: Composição de Belchior, a música ganhou notoriedade na voz de Elis, tornando-se um hino geracional.​
  • “O Bêbado e a Equilibrista”: De João Bosco e Aldir Blanc, a canção tornou-se símbolo da resistência durante a ditadura militar.
  • “Madalena”: Composição de Ivan Lins, que ganhou projeção nacional através da interpretação de Elis.​
  • “Fascinação”: Versão brasileira de “Fascination”, tornou-se uma das músicas mais lembradas de seu repertório.
  • Casa no Campo”, de Zé Rodrix e Tavito, uma canção que reflete o desejo de simplicidade e conexão com a natureza.

Falso Brilhante: o show de Elis Regina

Entre 1975 e 1977, Elis Regina apresentou o espetáculo “Falso Brilhante”, que se tornou um marco na história da música brasileira. Com quase 300 mil espectadores, o show revelou sucessos como “Como Nossos Pais” e “Velha Roupa Colorida”. A performance inovadora e a cenografia ousada consolidaram Elis como uma artista completa, capaz de transcender as barreiras da música e do teatro.

Neste álbum, Elis Regina também homenageia a América Latina, com as interpretações do clássico “Gracias a La Vida“, de Violeta Parra e “Los Hermanos“, de Atahualpa Yupanqui

  • O show teve direção cênica de Myriam Muniz e direção musical de Cesar Camargo Mariano, marido de Elis Regina na época. 
  • O show teve cerca de 257 apresentações e um público aproximado de 280 mil pessoas. 
  • O show contou a história de Elis Regina, sua vida e carreira, sem deixar de lado as críticas à ditadura militar brasileira. 
  • O título do show foi extraído do bolero “Dois pra lá, dois pra cá”, de João Bosco e Aldir Blanc, lançado por Elis em 1974. 

Álbum Falso Brilhante 

  • O álbum Falso Brilhante foi lançado pela Philips em 1976.
  • O repertório do álbum é baseado no espetáculo homônimo.
  • Até 1980, o álbum vendeu cerca de 180 mil cópias.

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Elis Regina no Teatro da Praia, em 1969. Imagem: Fundo Correio da Manhã/Arquivo Nacional

“Nada Será Como Antes”: a biografia de Elis escrita por Júlio Maria

O livro Nada Será Como Antes, do jornalista Júlio Maria, é uma das biografias mais detalhadas sobre Elis Regina. Publicada em 2015, a obra reconstrói a trajetória da cantora desde a infância em Porto Alegre até sua consagração como uma das maiores intérpretes da música brasileira. Com base em entrevistas, documentos e pesquisas aprofundadas, o autor apresenta um retrato íntimo de Elis, abordando não apenas sua carreira, mas também sua vida pessoal, desafios e a complexidade de sua personalidade.

A biografia também destaca o contexto histórico e político em que Elis Regina viveu, mostrando a relação com a ditadura militar e seu papel na cultura brasileira. Nada Será Como Antes é uma leitura essencial para quem deseja compreender a grandiosidade de Elis Regina.

Filmes e documentários sobre Elis Regina

  • Elis (2016), filme dirigido por Hugo Prata, com Andréia Horta no papel principal.
  • Elis Regina: Como Nossos Pais (2018), documentário dirigido por Roberto de Oliveira.

Essas obras ajudam a entender a complexidade de Elis, tanto como artista quanto como pessoa, e a importância de seu legado para a cultura brasileira.

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