O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky se reúne nesta tarde com o presidente dos EUA, Donald Trump acerca das negociações de paz com a Rússia. A visita, que incluirá líderes da Alemanha, França e Reino Unido, sinaliza um esforço europeu para fortalecer o apoio a Kiev após reunião de Trump com Vladimir Putin. Entenda na TVT News.
O foco da discussão entre os países recai sobre a crescente pressão dos Estados Unidos para que a Ucrânia ceda território à Rússia como condição para o fim do conflito. Em uma mudança notável de sua postura inicial, Trump afirmou que o acordo de paz só será possível se a Ucrânia aceitar as exigências russas, que incluem a cessão da Crimeia e o compromisso de não aderir à OTAN.
A pressão se intensificou após a cúpula entre Trump e o presidente russo, Putin, no Alasca. Apesar da reunião não ter resultado em um acordo de paz formal, o encontro foi visto como um “triunfo diplomático” para o Kremlin.
Segundo o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, à CNN Internacional, Putin teria concordado em oferecer “robustas” garantias de segurança para a Ucrânia em troca da concessão das regiões de Donbas (Donetsk e Luhansk) e da Crimeia, além da renúncia à adesão à OTAN.
Europa alinhada com Kiev
Em contraponto à postura dos EUA, os líderes europeus presentes na reunião querem fortalecer a posição de Zelensky, além de reforçar que os EUA devem garantir segurança à Ucrânia.
O Reino Unido saudou a disposição dos EUA em oferecer garantias como o “Artigo 5″ da OTAN, que considera um ataque a um membro do grupo como um ataque coletivo e prevê uma resposta em conjunto. De acordo com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, seu apoio à Ucrânia continuará “pelo tempo que for necessário”. Seu porta-voz declarou que Putin “nunca levou a paz a sério” e que a Rússia não deve “ter poder de veto contra a entrada da Ucrânia para a União Europeia ou a OTAN”.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, sustenta que a Europa deve ter uma postura firme em relação à Rússia, para evitar possíveis conflitos futuros. Segundo Macron, a União Europeia deve “entrar em uma nova fase diplomática, na qual teremos que defender os nossos interesses”.
Zelensky pressionado
Apesar de pressionado, Zelensky tenta se firmar. O presidente ucraniano condenou os recentes ataques russos, classificando-os como uma tentativa de “humilhar os esforços diplomáticos”. Ele reiterou que as fronteiras do país não serão alteradas pela força e que, legalmente, a cessão dos territórios seria considerada traição.
Zelensky afirma priorizar garantias “à prova de balas” e a assistência militar contínua em vez de concessões territoriais. Para ele, as negociações de paz devem se concentrar em proteger a Ucrânia de futuras agressões.