A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada na segunda-feira (4) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi repercutida pelo governo dos Estados Unidos nas redes sociais. O desdobramento ocorre em meio à tentativa do governo Lula de negociar a reversão do tarifaço imposto sobre os produtos do Brasil por Donald Trump. Saiba mais na TVT News.
Críticas dos EUA à prisão de Bolsonaro
A decisão de Moraes foi criticada pela administração Trump como o esperado, uma semana após o governo americano ter sancionado o magistrado com a Lei Magnitsky.
Em publicação no X, o Departamento de Estado dos EUA declara que Moraes estaria supostamente utilizando das instituições brasileiras para “silenciar a oposição e ameaçar a democracia”. A nota se refere a Moraes como um “violador de direitos humanos” e ainda promete responsabilizar “todos que auxiliarem ou forem cúmplices da conduta sancionada”.
A situação é tratada com delicadeza pelo governo Lula, que orienta os ministros da gestão a evitarem possíveis ruídos sobre o tema, a fim de que as negociações do tarifaço não sejam impactadas. Contudo, o governo brasileiro teme que a repercussão da prisão de Bolsonaro afete negativamente o andar das mediações, especialmente após um momento de aparente trégua, quando o ministro Mauro Vieira tentava abrir canais de diálogo com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
A recente prisão domiciliar se soma a um histórico de atritos. Em 18 de julho, Moraes já havia autorizado uma operação de busca e apreensão contra Bolsonaro, o que gerou a revogação dos vistos de viagem do ministro e de outros membros do STF. Na ocasião, o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA, defendeu publicamente sanções a Moraes e celebrou a ameaça de tarifas de Trump. A ação já havia dificultado os esforços do governo brasileiro em estabelecer contato com a administração americana.