Família de Juliana Marins reclama de descaso de aérea no traslado

Parentes não conseguem confirmar voo de Bali para o Rio de Janeiro; família irá pedir nova autópsia
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A Prefeitura de Niterói pagou R$ 55 mil por translado do corpo. Foto: Instagram/Reprodução

A família da publicitária Juliana Marins utilizou as redes sociais neste domingo (29) para denunciar descaso no traslado do corpo da jovem de 26 anos para o Brasil. Juliana morreu na semana passada, ao cair enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão na ilha de Lombok, na Indonésia. A família também vai pedir nova autópsia. Saiba mais em TVT News.

Em uma primeira publicação no perfil de Instagram criado para fornecer informações sobre o caso de Juliana, a família reclama que não conseguia confirmar o voo que levará o corpo de Bali, na Indonésia, até o aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

“É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana para casa!”, diz o texto.

Em seguida, por volta das 15h, horário de Brasília (2h da manhã na Indonésia), a família acrescenta que “já estava tudo certo com o voo, já estava confirmado, mas a Emirates em Bali não quer trazer minha irmã para casa. Do nada o bagageiro do voo ficou ‘lotado’”.

Há dias, o pai da publicitária, Manoel Marins, está na Indonésia para trazer o corpo de volta ao Brasil. A Agência Brasil pediu um posicionamento à companhia aérea Emirates, que informou que o caso estava sendo apurado.

Nova autópsia

Nesta segunda-feira (30), a família de Juliana acionou a Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro (DPU-RJ) para que uma nova autópsia seja realizada no Brasil. A decisão foi comunicada pela irmã, Mariana Marins, no perfil de Instagram que divulga atualizações sobre o caso.

O pedido foi encaminhado à Justiça Federal e a família aguarda decisão. A autópsia realizada por legistas da Indonésia concluiu que a turista brasileira morreu em decorrência de hemorragia, provocada por danos a órgãos internos e fraturas ósseas. Segundo os legistas, os ferimentos foram provocados por traumas por contusão, ocorridos algumas horas antes do resgate do corpo.

O laudo explica que depois do início da hemorragia, a morte levou menos de 20 minutos para ocorrer. A equipe também descartou morte por hipotermia, porque não há sinais de lesões teciduais nos dedos.

Relembre o caso

Juliana fazia uma trilha no Monte Rinjani, no sábado (21), quando caiu em um penhasco do vulcão. Desde então, houve grande expectativa sobre o resgate dela, que só era vista por imagens feitas por um drone. Em uma das tomadas, ela ainda se mexia.

Apenas na terça-feira (24), equipes de socorro confirmaram a morte da moradora de Niterói, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. Durante o intervalo entre a notícia da queda e o resgate, a família reclamou da demora em iniciar os trabalhos de busca. O corpo só foi resgatado na quarta-feira (25). Para a família, houve “negligência” no esforço de resgate.

Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, a brasileira não foi resgatada a tempo por conta das condições meteorológicas, terreno complicado e problemas na logística das operações de socorro.

Traslado

A comoção com o caso fez com que a prefeitura de Niterói se dispusesse a pagar pelo traslado do corpo. Foi repassado à família o valor de R$ 55 mil. Em forma de homenagem, a prefeitura rebatizou de Juliana Marins uma trilha e um mirante da cidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família. Um decreto publicado nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial da União permite o custeio, pelo governo federal, do traslado de corpos de brasileiros mortos no exterior.

Por Bruno de Freitas Moura, repórter da Agência Brasil.

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