Que Felipe Neto é um fenômeno na internet, todos já sabemos. O carioca que começou sua carreira com um canal de YouTube em 2010 e soma mais de 81 milhões de seguidores nas redes sociais (são quase 47 milhões no YouTube, 17 milhões no Instagram e 17 milhões no Tik Tok), é o convidado desta quinta-feira (14) do Juca Kfouri Entrevista.]
Felipe Neto no Juca Kfouri Entrevista
No bate-papo, Felipe e Juca debatem sobre política, negacionismo e os motivos que levaram o convidado a escrever o best-seller Como enfrentar o ódio, seu sexto livro, publicado neste ano pela editora Companhia das Letras. O comunicador digital ainda reflete sobre seu processo de desconstrução das antigas ideias conservadoras e o funcionamento do discurso de ódio disseminado pela extrema-direita.
Combate à intolerância
Felipe Neto começa o programa abordando a intolerância e como a esquerda deve desempenhar um papel de resistência frente ao discurso de ódio. “A intolerância é gigantesca e nossa luta precisa ser igualmente gigantesca. Quando ela é gigantesca, ‘eles’ tentam dizer que estão sendo silenciados; mas não estão”, enfatiza.
Negacionismo e conspirações
O youtuber defende que as “teorias conspiratórias são criadas com objetivos políticos de controle de massas” e é dever dos Três Poderes e da sociedade impedir que uma pessoa se torne conspiracionista. Felipe reitera que medidas como o banimento deste tipo de conteúdo das redes sociais junto ao acesso à educação e à cultura por todos, podem evitar a repercussão dos discursos negacionistas.
A perseguição pela extrema-direita
“Em anos atacando a esquerda, nunca fui ameaçado de morte”, revela. Felipe conta que até hoje recebe ameaças da extrema-direita por suas opiniões políticas. O influenciador foi indiciado por corrupção de menores e enquadrado na Lei de Segurança Nacional, investigações instauradas durante o governo Bolsonaro.
“O lugar de Bolsonaro é na cadeia”
Ao comentar sobre a aparição do ex-presidente na mídia tradicional, Felipe Neto afirma que “dar espaço para Bolsonaro falar é validar o que não pode ser validado”, já que o político é investigado por diversos crimes. Felipe reforça que “o lugar de Bolsonaro e Marçal é na cadeia”.
Consciência política
Felipe Neto relembra como foi crescer com a memória coletiva da ditadura militar brasileira e a importância que a arte teve, desde sempre, na resistência contra ideários ditatoriais. Para ele, “a arte me salvou de acreditar ou defender um regime ditatorial”.
O comunicador recorda quando se deparou questionando seus próprios ideais. Segundo ele, ao se ver enriquecendo e prosperando, a ideia de meritocracia que tanto acreditava, foi colocada à prova. A partir de então, Felipe passou a estudar para tentar entender seus privilégios e a “sorte” que obteve quando se tornou um youtuber de sucesso: “Eu acredito que o fato de eu ser branco, homem, heterossexual e cisgênero foi fundamental para esse sucesso”, completou.
- Vídeo: Felipe Neto, em entrevista, mostra como o sloga da extrema-direita de hoje, é o mesmo da época dos facismos
Livro Como enfrentar o ódio
Em seu sexto livro, Felipe Neto expõe seu processo de tomada de consciência política e social, até como se tornou um alvo recorrente do ódio da extrema-direita, especialmente durante o governo Bolsonaro. Felipe retrata também sua trajetória, da história pessoal até a personalidade midiática que influencia milhões de fãs, numa narrativa que convida a sociedade a usar da boa comunicação para combater o ódio e o retrocesso.
Acompanhe o programa Juca Kfouri Entrevista nesta quinta-feira às 21 horas, nas telas da Rede TVT, canal digital 44.1 ou no nosso canal do YouTube.
Veja a chamada de Juca Kfouri para a entrevista com Felipe Neto