Fiocruz celebra 125 anos como referência global em saúde pública

A relevância da Fiocruz na história da saúde pública brasileira e global é inquestionável. Referência em cuidado, imunizações, entre outras
fiocruz-125-anos-foto-fiocruz-tvt-news
Sede da Fiocruz no RJ. “A Fiocruz é um patrimônio nacional que o Brasil se orgulha de compartilhar com o mundo”, afirma ministro. Foto: Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou oficialmente, na última terça-feira (20), as comemorações de seus 125 anos com um evento internacional realizado em Genebra, Suíça. A celebração aconteceu paralelamente à 78ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e reuniu autoridades, parceiros históricos e representantes de instituições científicas de todo o mundo. Entenda na TVT News.

Com o tema “Promovendo a equidade por meio da liderança científica”, a cerimônia destacou o papel estratégico da Fiocruz na construção de sistemas de saúde mais resilientes, inclusivos e orientados pela ciência. Um dos pontos altos do encontro foi a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a Fiocruz e os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), em uma ação voltada para o fortalecimento da saúde pública nos países da União Africana — marco da cooperação Sul-Sul e da nova Coalizão Global para Produção e Inovação Local e Regional, instituída no mesmo dia durante a AMS.

Durante a abertura, o ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, exaltou a trajetória da Fundação. “A Fiocruz é um patrimônio nacional que o Brasil se orgulha de compartilhar com o mundo”, afirmou.

O ministro citou marcos históricos da instituição, como a descrição do ciclo da doença de Chagas, o diagnóstico do primeiro caso de HIV/Aids no Brasil e o desenvolvimento da tecnologia de vacinas de mRNA. “Da prevenção de doenças infecciosas à produção de métodos de diagnóstico, medicamentos, vacinas e outros insumos de saúde, a Fiocruz faz a diferença no aperfeiçoamento da qualidade de vida”, destacou. Segundo Padilha, a Fundação alia excelência científica à construção da política sanitária brasileira, ao fortalecimento do SUS e à formação de profissionais de saúde.

Fiocruz: ciência, soberania e solidariedade

Presidente da Fiocruz, Mario Moreira fez questão de resgatar o passado para pensar o futuro: “Esta celebração homenageia o legado que nos sustenta hoje — um legado sem o qual não podemos vislumbrar o futuro”. Ele também ressaltou a relevância do multilateralismo e da cooperação internacional diante dos desafios sanitários contemporâneos. “A Fiocruz tem uma longa trajetória que levou à sua legitimidade e reputação, nacional e internacionalmente. Porém, os desafios atuais têm nos colocado à prova. É por isso que nosso lema diz: ‘pés fincados na tradição e olhos voltados para o futuro’”, concluiu.

Representando o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, o vice-diretor da organização, Mike Ryan, classificou a Fiocruz como um dos pilares da saúde global. “A Fiocruz é mais que nacional ou regional — é uma instituição global”, disse. “A combinação entre inovação e equidade é a marca da Fiocruz entre as instituições globais.” Ryan ainda homenageou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, falecido em abril, destacando sua atuação em parcerias internacionais, como com a DNDi. “Sua falta será sentida por todos os seus colegas, familiares e por nós, na OMS”, declarou emocionado.

Integração entre ciência, vigilância e tecnologia

Também presente à cerimônia como integrante da delegação do Ministério da Saúde brasileiro, a ex-presidenta da Fiocruz e ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, reforçou a importância histórica da instituição. “Um dos pilares do surgimento da Fiocruz foi a necessidade de integrar pesquisa, vigilância, educação e produção de tecnologias em saúde. A experiência do jovem cientista Oswaldo Cruz e do Instituto Pasteur inspirou o projeto institucional no Brasil”, explicou.

A atuação da Fiocruz em redes internacionais como a Rede Pasteur, a UN Foundation e a Unitaid também foi reconhecida como central para o enfrentamento de crises sanitárias globais, como epidemias, pandemias e doenças negligenciadas — áreas em que a Fundação é referência mundial.

Pilar da saúde pública brasileira

A relevância da Fiocruz na história da saúde pública brasileira também foi lembrada por publicações internacionais. A revista científica The Lancet publicou reportagem destacando a trajetória da instituição, sua liderança na vigilância epidemiológica e seu papel essencial no avanço da equidade em saúde.

Com ações que vão da pesquisa biomédica à produção de vacinas e medicamentos, da formação de profissionais à cooperação internacional, a Fiocruz consolidou-se ao longo de mais de um século como um dos maiores centros de ciência em saúde da América Latina — e agora reafirma seu papel como agente ativo de saúde global.

Com informações da Agência Fiocruz

Assuntos Relacionados