A Flotilha Global Sumud (GSF) partiu dos portos da Tunísia rumo à Gaza neste último fim de semana na missão de romper o bloqueio e entregar ajuda humanitária. A jornada dos ativistas voluntários da GSF, entre eles o brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg, continua mesmo após ataques a duas embarcações. Saiba os detalhes na TVT News.
Dezesseis navios da GSF, transportando alimentos e suprimentos essenciais, deixaram os portos tunisianos. Onze deles partiram de Bizerte, no norte do país, enquanto outros cinco saíram dos portos de Tunis. A frota, parte de uma iniciativa maior com mais de 50 barcos e apoio de 44 países, segue agora em direção a Gaza.
A missão é uma forma de “ação pacífica e não violenta” para entregar suprimentos essenciais e chamar a atenção para o bloqueio de Gaza por Israel que já dura desde 2007.
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Ataques atrasaram partida
A jornada da flotilha foi atrasada após duas embarcações serem atingidas por drones na semana passada. O navio português Família Madeira sofreu um incêndio em 8 de setembro, e o navio britânico Alma foi danificado por fogo no dia seguinte. Ninguém ficou ferido nos ataques.
Os organizadores da flotilha acusaram as Forças de Defesa de Israel de estarem por trás dos incidentes, classificando-os como uma tentativa de “aterrorizar” e impedir a missão.
A Tunísia, por outro lado, contestou as alegações alegações, atribuindo o primeiro incêndio a um cigarro e afirmando que nenhum drone foi detectado.
No entanto, uma análise da equipe BBC Verify baseada em imagens de um dispositivo eletrônico carbonizado encontrado no navio Alma sugere que o objeto pode ser uma granada, possivelmente lançada por um drone. Vídeos de segurança autenticados pela BBC Verify mostram um objeto luminoso atingindo o navio, seguido por chamas. As Forças de Defesa de Israel não se manifestaram sobre as acusações.
Os ativistas a bordo da Flotilha Global Sumud
A flotilha conta com a participação de personalidades de destaque, como o ativista brasileiro Thiago Ávila, que já conversou com a TVT News; a ativista climática Greta Thunberg; o ator Liam Cunningham e a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau. Além disso, a bordo estão ao menos quatro parlamentares italianos e dezenas de outros ativistas e oficiais eleitos. O Ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou que Roma pediu a Israel que respeitasse os direitos de seus cidadãos na flotilha.
Os ataques em Túnis se somam a um histórico de confrontos. Desde 2010, todas as flotilhas que tentaram romper o bloqueio foram interceptadas ou atacadas pelas forças israelenses, incluindo o notório incidente do navio Mavi Marmara em 2010, que resultou na morte de 10 ativistas.
Apesar dos recentes ataques, os organizadores da Flotilha Global Sumud, cujo nome se traduz como “resiliência” em árabe, reafirmaram sua determinação. Saif Abukeshek, do comitê de direção da GSF, declarou: “Navegaremos para romper o bloqueio em Gaza, não importa o que eles façam”. A tentativa ocorre em um momento crítico, com a ONU alertando que mais de meio milhão de palestinos enfrentam uma fome catastrófica em Gaza.
