Flotilha com Greta e Thiago Ávila a caminho de Gaza é alvo de ataques

Flotilha Global Sumud sofreu dois ataques em menos de 24 horas
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Imagem do segundo ataque sofrido pelo navio Alma, da Flotilha Global Sumud. Foto: Flotilha Global Sumud/Instagram

A Flotilha Global Sumud (GSF), uma coalizão internacional de ativistas que busca levar ajuda humanitária a Gaza, relatou ter sido alvo de dois ataques por drones enquanto seus navios estavam atracados no porto de Sidi Bou Said, na Tunísia. Os incidentes ocorreram na segunda (8) e terça-feira (9) e foram registrados pelas câmeras das embarcações. Entenda a situação na TVT News.

O primeiro ataque, na segunda-feira, atingiu o navio Família Madeira, de bandeira portuguesa, causando um incêndio. O segundo, na noite de terça-feira, danificou o navio Alma, de bandeira britânica, também por fogo. Embora não tenham havido feridos, os organizadores da flotilha acusaram publicamente as Forças de Defesa de Israel (FDI) de estarem por trás dos ataques, descrevendo-os como uma tentativa de “aterrorizar” e impedir a missão.

Em contrapartida, as autoridades tunisianas contestaram as alegações, classificando o relato do primeiro ataque como “falso” e “completamente infundado”. Elas atribuíram o incêndio a um cigarro descartado e afirmaram que nenhum drone foi detectado na área, mesmo com vídeos provando o contrário. As FDI, por sua vez, não se manifestaram sobre as acusações.

Análise forense

Apesar do desmentido das autoridades tunisianas, uma análise forense conduzida pela equipe BBC Verify trouxe novas informações. Baseada em imagens de um dispositivo eletrônico carbonizado recuperado do navio Alma, a análise concluiu que o objeto parece ser uma granada. Um dos especialistas consultados notou que suas características são “comuns, mas não exclusivas, a alguns modelos de granadas de mão israelenses”. Outro especialista em inteligência confirmou a probabilidade de a granada ter sido lançada por um drone.

Vídeos de segurança do porto, autenticados pela BBC Verify e Al Jazeera, também mostram um objeto luminoso atingindo o navio Alma, seguido por chamas. Em outro vídeo, um passageiro do navio Família Madeira relatou ter visto um drone sobrevoando a embarcação pouco antes de uma explosão.

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Artefato explosivo encontrado no navio após ataque; item é considerado uma granada por especialistas. Foto:
Flotilha Global Sumud/Instagram 

Flotilha Global Sumud

A Flotilha Global Sumud é uma iniciativa de mais de 50 barcos e 44 países, com o apoio de figuras como os ativistas Greta Thunberg e Thiago Ávila e o neto de Nelson Mandela, Mandla Mandela. Os organizadores afirmam que a missão é uma forma de “ação pacífica e não violenta” para entregar suprimentos essenciais e chamar a atenção para o bloqueio naval que Israel impõe a Gaza desde 2007.

Os ataques em Túnis se inserem em um padrão histórico de confrontos. Desde 2010, todas as flotilhas que tentaram romper o bloqueio foram interceptadas ou atacadas pelas forças israelenses em águas internacionais. 

O incidente mais notório ocorreu em 2010, quando comandos israelenses invadiram o navio “Mavi Marmara”, resultando na morte de 10 ativistas. 

Incidentes mais recentes, em 2025, incluem navios da flotilha sendo atingidos por drones e tripulantes sendo detidos, como ocorreu com o que Thiago Ávila, Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan estavam, o Madleen, no começo de julho.

Apesar dos ataques de Israel, os organizadores da Flotilha Global Sumud reafirmaram que sua missão seguirá em frente. “Navegaremos para romper o bloqueio em Gaza, não importa o que eles façam”, declarou Saif Abukeshek, membro do comitê de direção da GSF.

Veja vídeos dos ataques registrados pela Flotilha

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