O navio Madleen, que leva a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila em uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza, está passando pela ilha grega de Creta neste momento. Se não for interrompido no caminho, o grupo de ativistas deve chegar ao destino com alimentos, próteses infantis e medicamentos em 7 de junho. Saiba mais sobre a manifestação contra a violência de Israel em TVT News.
Thiago Ávila falou com a TVT News, direto do Mar Mediterrâneo

Onde está embarcação de Greta?
É possível acompanhar a localização do navio pelo site da Coalização Flotilha pela Liberdade, que organizou a missão humanitária. O objetivo da viagem é chamar atenção para o genocídio palestino e romper o bloqueio de Israel que assola a Faixa de Gaza desde 2008.

Durante a terceira noite de viagem, na madrugada desta quarta-feira (4), o navio foi monitorado por drones que sobrevoaram a embarcação quando o grupo estava a 80 km da Grécia, denunciou Thiago Ávila. O drone de fabricação israelense é utilizado para controle de fronteiras e monitoramento marítimo.
Mais tarde, no mesmo dia, a Coalização Flotilha pela Liberdade disse em nota que o grupo de ativistas estava seguro e que os drones não estavam mais sobrevoando a embarcação.
Ainda nesta quarta-feira (4), o porta-voz do exército de Israel, general Effie Edrin, se pronunciou sobre a chegada do navio. “Para esse caso, estamos preparados. Nós ganhamos experiência nos anos recentes”, disse o militar, sugerindo que o grupo de ativistas pode ser interceptado.
Em maio deste ano, um navio já tentou realizar o percuso para abrir um corredor humanitário em Gaza, mas foi atingido por dois drones e impedido de seguir viagem. Já em 2010, nove pessoas à bordo do navio da Flotilha pela Liberdade foram mortas por Israel.
Flotilha pela Liberdade
O grupo de voluntários da missão humanitária viaja em um navio da Coalizão Flotilha pela Liberdade. A embarcação está levando alimentos, fraldas, produtos de higiene feminina, filtros de água, medicamentos, muletas e próteses infantis para Gaza, onde deve chegar em sete dias. O objetivo é abrir um corredor humanitário e romper o cerco israelense.
Entre os 12 ativistas, está o brasileiro Thiago Ávila, que já tentou realizar o percurso em maio, quando o navio foi atingido por drones. A missão tenta furar o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza desde 2008, mas sempre é barrada por forças, supostamente, israelenses.
Antes de embarcar, Ávila participou de uma coletiva de imprensa na Itália e defendeu que é preciso “expor as intenções de limpeza étnica” de Israel contra Gaza. O brasileiro relembrou a violência sofrida pelo povo palestino há oito décadas e disse que a coragem necessária para embarcar rumo ao território é pequena diante da “coragem que palestinos precisam ter todos os dias para sobreviver ao genocídio”.
Na mesma ocasião, Greta defendeu a necessidade da missão dizendo que é preciso continuar tentando ajudar os palestinos, porque “no momento em que paramos, é quando perdemos nossa humanidade”. A ativista reconheceu os perigos da missão, mas os relativizou ao compará-los com “o silêncio do mundo inteiro diante de um genocídio transmitido ao vivo”.
Também fazem parte da missão humanitária o ator Liam Cunningham, de Game of Thrones, e a francesa Rima Hassam, eurodeputada e ativista palestina que teve a entrada proibida em Israel em fevereiro deste ano.
Bloqueio de Israel a Gaza
Israel já dominou mais da metade da Faixa de Gaza de acordo com a Associated Press. Após 19 meses de conflito, o que resta do território é destruição por toda parte: prédios demolidos, casas viraram pó, plantações desapareceram e árvores sumiram. Um relato da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia que dezenas de palestinos foram mortos durante distribuição de alimentos em Gaza neste domingo (1º).
Como resultado do cerco total imposto pelas autoridades israelenses em 2 de março, 100% de Gaza está agora em risco de fome, segundo a ONU. Desde 19 de maio, as poucas centenas de caminhões de alimentos que entraram no território – uma fração insuficiente para as necessidades – espalharam o desespero entre os mais de 2 milhões de pessoas que estão em grande parte privadas de alimentos, água e medicamentos há três meses.
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