Gleisi destaca favoritismo de Lula para 2026, apesar das falhas de comunicação

"Apesar da taxa estratosférica de juros, o Brasil está crescendo, está gerando emprego", afirmou a ministra
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"Não tenho dúvida que Lula é favorito", disse Gleisi. Foto: Reprodução

Em entrevista transmitida por diversos canais da mídia progressista — incluindo a TVT News – a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, fez uma análise sobre o cenário político do país, as falhas de comunicação do governo Lula e as disputas que já se desenham para as eleições de 2026. A ministra afirmou que, apesar da aproximação de adversários nas pesquisas, o presidente Lula segue como o favorito para a próxima corrida presidencial.

Lula é favorito para 2026, afirma Gleisi

“Não tenho dúvida que ele é favorito. As pesquisas podem fazer um alerta no momento que nós estamos, mas ela não é um vaticínio”, afirmou a ministra nesta quinta-feira (5). Para Gleisi, o governo ainda colhe os efeitos do desmonte herdado do bolsonarismo, mas as melhorias econômicas e as entregas sociais devem fortalecer a percepção popular ao longo do tempo. “A economia vai melhorar, nós vamos ter crescimento de novo esse ano. Apesar da taxa estratosférica de juros, o Brasil está crescendo, está gerando emprego.”

Segundo a ministra, o principal desafio do governo no momento é transformar essas entregas em reconhecimento público. Gleisi reconheceu que há falhas na comunicação institucional: “Faltou do ponto de vista nosso, do governo, uma efetividade maior de comunicação. E um pouco também de disputa política.” Ela defendeu que o governo precisa mostrar de forma clara “o que nós pegamos no país e o que estamos fazendo. E por que somos diferentes do governo Bolsonaro”.

Além das críticas à cobertura da imprensa comercial, Gleisi elogiou o papel da mídia independente e afirmou que o governo pretende reconstruir a relação com esses veículos. “A mídia independente sempre esteve conosco nos momentos mais duros. O governo deve isso sim: ter um canal mais azeitado com vocês.” A iniciativa da entrevista que reuniu veículos da mídia independente é do Barão de Itararé. Também participaram o Brasil 247, Brasil de Fato RS, CartaCapital, Diário do Centro do Mundo, Revista Fórum e Jornal GGN.

Disputas no Congresso e entraves da coalizão

Ao abordar as dificuldades nas negociações com o Congresso Nacional, Gleisi afirmou que há uma diversidade ideológica no Parlamento, o que exige articulação permanente. “Temos cerca de 140 deputados na base, mas a maioria é de outro espectro político. São legítimos, foram eleitos. Temos que negociar e tentar avançar nas matérias importantes.”

Entre os projetos prioritários para o governo, ela citou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a MP que isenta da conta de luz quem consome até 80 kWh e está no CadÚnico, e o crédito consignado para trabalhadores CLT. “São medidas que têm a ver com a economia popular, que mexem com a vida concreta das pessoas.”

Sobre o recente embate envolvendo a taxação do IOF e a resistência do Congresso às propostas do governo, Gleisi foi direta: “A grita do mercado financeiro foi muito exagerada. O aumento do IOF foi necessário para adequar o orçamento ao marco fiscal aprovado pelo próprio Congresso.”

A ministra também rebateu a narrativa de que o governo perdeu o controle fiscal. “Fizemos um grande ajuste. Em 2023, o déficit era de 2,3% do PIB. Trouxemos para 0,09% em 2024. Temos uma dívida equilibrada, reservas internacionais. Às vezes fazem muito barulho com algo que não corresponde à realidade.”

Meio ambiente e licenciamento

Gleisi ainda comentou as tensões internas no governo sobre o licenciamento ambiental e a exploração da Margem Equatorial. “O governo não era favorável ao projeto aprovado no Senado, mas vamos trabalhar na Câmara para melhorá-lo. É possível compatibilizar desenvolvimento com sustentabilidade.”

Sobre o petróleo na Margem Equatorial, a ministra se posicionou a favor da exploração, desde que respeitados os critérios ambientais. “Acho que o Brasil precisa desenvolver. Está explorando o pré-sal sem problemas ambientais. Temos que encaminhar isso com responsabilidade.”

Gaza e redes sociais: duas guerras diferentes

Ao ser questionada sobre o genocídio na Faixa de Gaza, Gleisi foi categórica: “Ali não temos uma guerra, temos um massacre. O presidente Lula tem toda razão ao dizer que é um genocídio. E nosso repúdio é ao governo de extrema direita de Netanyahu, não ao povo judeu.”

Sobre o abaixo-assinado que pede rompimento das relações com Israel, a ministra demonstrou cautela. “Não vi essa discussão ainda no governo. Temos que tratar esse tema com muito cuidado.”

Já sobre o uso das redes sociais e a ameaça da inteligência artificial nas eleições, Gleisi admitiu que o governo precisa agir. “É uma guerra política. Sabemos que as plataformas têm lado. Mas também precisamos decidir se vamos continuar usando essas plataformas e como vamos nos preparar.”

Ela revelou que o mesmo seminário oferecido pela Meta e Google ao PL também foi ofertado ao PT. “Nosso pessoal não quis fazer. Mas eu acho que deveríamos, sim, conhecer melhor essas ferramentas. Não é nada fora do comum o PL ter feito isso”, minimizou.

Para Gleisi, a campanha eleitoral já está em curso desde o 8 de janeiro de 2023. “O governo não teve sossego. E a grande imprensa embarcou nesse navio. Por isso, precisamos disputar politicamente na opinião pública o porquê de Lula ser o melhor presidente e por que é o melhor candidato para 2026.”

A ministra encerrou com um chamado à militância e aos aliados: “Temos que mostrar o que nos move na política. Mostrar que governamos para o povo. E, principalmente, que Lula é, sim, o favorito. Porque ele tem lado. E o lado dele é o do povo brasileiro.”

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