Global Sumud Flotilha, que leva ajuda para Gaza, é interceptada por Israel

Missão humanitária internacional para levar suprimentos para civis foi interceptada pela marinha israelense
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Embarcações levam comida e medicamentos para ajudar civis em Gaza. Foto: @globalsumudflotilla/Reprodução

A Global Sumud Flotilha, iniciativa que reúne mais de 50 embarcações para levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, foi interceptada pela Marinha de Israel nesta quarta-feira (1), por volta das 22h30 no horário local. Saiba mais na TVT News.

As embarcações estão em águas internacionais, o que torna a interceptação realizada por Israel uma violação do direito marítimo. Além disso, a missão vai em paz com ajuda humanitária, sem o intuito de incentivar conflitos armados.

Entre os ativistas de 44 países diferentes, o Brasil está sendo representado pelos ativistas: Thiago Ávila, Bruno Gilga Rocha, Lucas Farias Gusmão, João Aguiar, Mohamad El Kadri, Magno Carvalho Costa, Ariadne Telles, Lisiane Proença, Carina Faggiani, Victor Nascimento Peixoto e Giovanna Vial; a vereadora de Campinas Mariana Conti (PSOL) e a presidenta do PSOL do Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti.

Ainda não se sabe onde e nem qual o estado dos integrantes da Flotilha. Mas a equipe jurídica da missão está trabalhando para assegurar que direitos internacionais não sejam violados.

Até o momento, apenas alguns barcos foram totalmente interceptados por Israel, enquanto outros seguem a travessia em estado de alerta.

Imagens das câmeras de segurança estão sendo transmitidas ao vivo neste link.

O brasileiro João Aguiar, do núcleo Palestina do PT e integrante da coordenação da delegação brasileira da Global Sumud Flotilha, denunciou com exclusividade para a TVT que a marinha israelense está interceptando os barcos que levavam ajuda humanitária à Gaza.

O Thiago Ávila foi a pessoa responsável por se comunicar com a marinha israelense. Na ligação por rádio, o brasileiro reafirmou se tratar de uma missão de paz e que a interceptação por Israel é ilegal.

Nos últimos dias, Israel voltou a ameaçar a missão. Drones passaram a voar próximo as embarcações e navios não identificados se aproximavam a Flotilha e tocavam músicas a noite para causar medo.

Diante deste cenário, Espanha e Itália enviaram navios da marinha de seus respectivos países para proteger os cidadãos que participam da missão. Entretanto, os governos se recusaram a entrar no limite estabelecido por Israel, onde começa o bloqueio marítimo ilegal para impedir entrada de ajuda internacional para os palestinos.

Israel opera um bloqueio ilegal de entrada de ajuda humanitário na Faixa de Gaza. A medida é considerada um crime de guerra, pois está usando a fome e a falta de acesso à saúde como armas punir os civis. A prática também é apontada como uma ação do genocídio.

O que diz Israel

De acordo com informações da Agência France-Presse, Israel deteve “vários barcos” da flotilha para Gaza sem incidentes, declarou nesta quarta-feira (1º) o Ministério das Relações Exteriores israelense, depois que os organizadores da iniciativa humanitária anunciaram que o grupo de embarcações havia sido interceptado pelas forças israelenses.

“Vários barcos da flotilha (…) foram detidos com total segurança e seus passageiros estão sendo transferidos para um porto israelense”, indicou a chancelaria no X.

“Greta e seus amigos estão bem e em segurança”, acrescentou o ministério, que incluiu na publicação um breve vídeo da ativista sueca Greta Thunberg recolhendo seus pertences, cercada por homens armados.

© Agence France-Presse

Ataques atrasaram partida da Flotilha

A jornada da flotilha foi atrasada após duas embarcações serem atingidas por drones na semana passada. O navio português Família Madeira sofreu um incêndio em 8 de setembro, e o navio britânico Alma foi danificado por fogo no dia seguinte. Ninguém ficou ferido nos ataques.

Os organizadores da flotilha acusaram as Forças de Defesa de Israel de estarem por trás dos incidentes, classificando-os como uma tentativa de “aterrorizar” e impedir a missão. 

A Tunísia, por outro lado, contestou as alegações alegações, atribuindo o primeiro incêndio a um cigarro e afirmando que nenhum drone foi detectado.

No entanto, uma análise da equipe BBC Verify baseada em imagens de um dispositivo eletrônico carbonizado encontrado no navio Alma sugere que o objeto pode ser uma granada, possivelmente lançada por um drone. Vídeos de segurança autenticados pela BBC Verify mostram um objeto luminoso atingindo o navio, seguido por chamas. As Forças de Defesa de Israel não se manifestaram sobre as acusações.

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Imagem do segundo ataque sofrido pelo navio Alma, da Flotilha Global Sumud. Foto: Flotilha Global Sumud/Instagram

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