O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou duramente a ausência de representantes do governo dos Estados Unidos na COP30, que começou nesta semana em Belém (PA). Em visita ao Brasil para participar de eventos paralelos à conferência, o democrata classificou o boicote da administração Trump como uma “guerra ideológica” e “uma aposta na estupidez”. Entenda na TVT News.
“Estou aqui (no Brasil) por conta da ausência de qualquer liderança do governo dos EUA, é um vácuo. É de deixar o queixo caído. Nem um representante, nem um espectador para tomar notas foi levado a Belém. Isso é uma reversão completa do progresso feito pelo governo Biden”, afirmou Newsom durante o Global Investors’ Symposium São Paulo 2025, organizado pelo think tank Milken Institute.
O evento, realizado nesta segunda-feira (10), reuniu investidores e autoridades para discutir sustentabilidade, inovação e oportunidades de cooperação internacional, temas diretamente ligados à COP30. A conferência, sediada pela primeira vez na Amazônia, é vista como uma oportunidade histórica para o Brasil reforçar sua liderança climática global e consolidar políticas de transição verde.
Newsom, uma das principais vozes do Partido Democrata e adversário declarado do ex-presidente Donald Trump, disse estar “chocado” com a postura do governo americano. “Eu tenho 4 filhos, não sei que droga está acontecendo no meu país. Nenhuma pessoa do governo americano para mostrar respeito a vocês. Esqueça a política, é um desrespeito. Estamos no Brasil, um dos nossos maiores parceiros comerciais e uma das grandes democracias do mundo”, declarou.
O governador também criticou a política comercial de Washington em relação ao Brasil. “Tanta terra rara aqui, mas em vez disso dedo do meio com tarifas de 50%. É vergonhoso”, afirmou.
Negacionismo e COP30
Para Newsom, a ausência dos EUA na COP30 reflete o avanço de uma agenda negacionista no país. “É uma guerra ideológica a nível federal [na questão ambiental]. São interesses, siga o dinheiro. Estamos dobrando a aposta na estupidez nos EUA, mas não no estado da Califórnia”, disse.
Enquanto o governo americano se ausenta da conferência, a presença de lideranças estaduais, empresariais e científicas dos EUA tenta manter viva a cooperação internacional em clima. A COP30, que reúne chefes de Estado, diplomatas, cientistas e movimentos sociais em Belém, busca definir compromissos para acelerar a redução das emissões de carbono e o financiamento climático em escala global — temas que, para Newsom, “não podem esperar por eleições ou disputas ideológicas”.
