Governo federal cria escritório de combate ao crime em parceria com o governo do Rio

Estrutura vai integrar forças federais e estaduais e focar na asfixia financeira do crime organizado
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O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e o governador do Rio de Janeiro, Claúdio Castro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O governo federal e o governo do estado do Rio de Janeiro anunciaram, nesta quarta-feira (29), a criação de um Escritório Emergencial de Enfrentamento ao Crime Organizado, em resposta à crise de segurança pública no estado. A iniciativa foi apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e pelo governador Cláudio Castro, durante reunião no Palácio da Guanabara. Saiba mais na TVT News.

O anúncio ocorre um dia após a chacina que deixou mais de 100 mortos, considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro. A ida da cúpula do Ministério da Justiça ao estado foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que orientou a oferta de apoio federal imediato.

Estrutura emergencial e integração total

O novo escritório terá a função de integrar as forças de segurança federais e estaduais, reduzindo a burocracia e agilizando a tomada de decisões durante a crise. A coordenação será compartilhada entre Vitor Santos, do governo estadual, e Antônio Sarrubbo, do governo federal.

De caráter temporário, o órgão funcionará como um fórum de ação rápida, reunindo representantes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional de Segurança Pública e das forças estaduais. Segundo Lewandowski, o modelo servirá de base para o que o governo pretende instituir em todo o país com a futura PEC da Segurança Pública, em discussão no Congresso.

“Este é um fórum onde as forças poderão conversar entre si e tomar decisões de forma célere. É o embrião do que queremos criar nacionalmente para enfrentar o crime organizado”, afirmou o ministro.

Ações conjuntas e reforço federal

O pacote de apoio federal ao Rio inclui uma série de medidas operacionais e estratégicas: 

  • Aumento de 50% no efetivo da PRF no estado, o que representa mais 350 policiais até o fim do ano; 
  • Envio de efetivos da Força Nacional e reforço das equipes da Polícia Federal; 
  • Disponibilização de vagas em presídios federais para transferência de líderes de facções criminosas; 
  • Ampliação das operações de inteligência, com uso de bancos de dados de balística e DNA e envio de peritos criminais.

Lewandowski ressaltou que o trabalho será guiado por um modelo de federalismo cooperativo, no qual “o problema de uma unidade da federação é um problema de todos os estados membros”.

Foco na descapitalização das facções

Um dos principais objetivos do novo escritório será asfixiar financeiramente o crime organizado. Para isso, o governo federal integrará dois órgãos especializados à estrutura emergencial: 

  • O Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), voltado à identificação e bloqueio de recursos das organizações criminosas;
  • A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que reúne diferentes órgãos de segurança para promover ações conjuntas.

Apesar da gravidade da situação, tanto o ministro quanto o governador descartaram o uso de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), instrumento que permitiria a atuação direta das Forças Armadas.

Com o novo escritório, o governo busca restabelecer a coordenação entre União e Estado e responder com rapidez ao avanço das facções criminosas no Rio, sem recorrer a medidas excepcionais, mas apostando em inteligência, cooperação e eficiência.

Com Ministério da Justiça

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