A ativista Greta Thunberg embarcou neste domingo (1º) em uma missão humanitária rumo à Faixa de Gaza. Junto com 11 pessoas, a sueca partiu de um navio no sul da Itália para protestar contra o bloqueio imposto por Israel e levar ajuda humanitária à região. Há um brasileiro na embarcação. Entenda em TVT News.
Flotilha pela Liberdade
O grupo de voluntários da missão humanitária viaja em um navio da Coalizão Flotilha pela Liberdade. A embarcação está levando alimentos, fraldas, produtos de higiene feminina, filtros de água, medicamentos, muletas e próteses infantis para Gaza, onde deve chegar em sete dias. O objetivo é abrir um corredor humanitário e romper o cerco israelense.
Entre os 12 ativistas, está o brasileiro Thiago Ávila, que já tentou realizar o percurso em maio, quando o navio foi atingido por drones. A missão tenta furar o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza desde 2008, mas sempre é barrada por forças, supostamente, israelenses.

Antes de embarcar, Ávila participou de uma coletiva de imprensa na Itália e defendeu que é preciso “expor as intenções de limpeza étnica” de Israel contra Gaza. O brasileiro relembrou a violência sofrida pelo povo palestino há oito décadas e disse que a coragem necessária para embarcar rumo ao território é pequena diante da “coragem que palestinos precisam ter todos os dias para sobreviver ao genocídio”.
We are sailing now on the Madleen to Gaza to #breakthesiege and create a people’s humanitarian corridor!
— Thiago Ávila | Gaza Freedom Flotilla (@thiagoavilabr) June 1, 2025All well for now! Filled with love and solidarity from the people of Catania! 7 days to Gaza! #AllEyesOnDeck pic.twitter.com/itlkWN7u1F
Na mesma ocasião, Greta defendeu a necessidade da missão dizendo que é preciso continuar tentando ajudar os palestinos, porque “no momento em que paramos, é quando perdemos nossa humanidade”. A ativista reconheceu os perigos da missão, mas os relativizou ao compará-los com “o silêncio do mundo inteiro diante de um genocídio transmitido ao vivo”.
Também fazem parte da missão humanitária o ator Liam Cunningham, de Game of Thrones, e a francesa Rima Hassam, eurodeputada e ativista palestina que teve a entrada proibida em Israel em fevereiro deste ano. Veja abaixo quem são os voluntários:
Bloqueio de Israel a Gaza
Israel já dominou mais da metade da Faixa de Gaza de acordo com a Associated Press. Após 19 meses de conflito, o que resta do território é destruição por toda parte: prédios demolidos, casas viraram pó, plantações desapareceram e árvores sumiram. Um relato da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) denuncia que dezenas de palestinos foram mortos durante distribuição de alimentos em Gaza neste domingo (1º).
Como resultado do cerco total imposto pelas autoridades israelenses em 2 de março, 100% de Gaza está agora em risco de fome, segundo a ONU. Desde 19 de maio, as poucas centenas de caminhões de alimentos que entraram no território – uma fração insuficiente para as necessidades – espalharam o desespero entre os mais de 2 milhões de pessoas que estão em grande parte privadas de alimentos, água e medicamentos há três meses.
Catástrofe ambiental
Greta Thunberg ganhou os holofotes mundiais em 2011, quando começou a lutar por causas climáticas, e os perdeu quando radicalizou suas posições políticas em direção ao anticapitalismo. A solidariedade com a causa palestina é pela crise humanitária que assola Gaza desde o século 20, mas também pela catástrofe ambiental gerada pelo conflito.
De acordo com um relatório divulgado pela ONU em junho de 2024. O estudo identificou que os bombardeios de Israel já produziram cerca de 39 milhões de toneladas de detritos e que 107 kg de entulho cobria cada metro quadrado de Gaza.
O território já era fragilizado antes do início do conflito em outubro de 2024 mas a infraestrutura básica de água, saneamento e higiene foi praticamente extinta em Gaza, após os ataques israelenes, diz o relatório.
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