Os trabalhadores ferroviários da CPTM votaram pela greve de trens para quarta-feira (26), em assembleia realizada ontem na subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil. A paralisação é mais um passo na luta contra a privatização das linhas 11-Coral, 12- Safira e 13- Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Veja mais em TVT News.
Por Girrana Rodrigues
Greve dos trens: governo Tarcísio quer privatizar linhas da CPTM
O Governo do Estado anunciou que, no dia 28 deste mês, será realizado o leilão para do Lote Alto Tietê que contempla as linhas 11, 12 e 13 de trens da CPTM. A sessão deve ocorrer na B3, a bolsa de valores brasileira, e promete um investimento de R$14,3 bilhões ao longo de 25 anos com melhorias significativas para os passageiros e ampliação dos serviços prestados, mas os sindicatos denunciam que se for se repetir o que aconteceu na linhas 8 – Diamante e 9 – Esmeralda da CPTM, a população não verá melhorias.
“A concessionária [dessas linhas] alega que recebeu um par de linhas sucateadas, isso não é verdade, eram as linhas mais tecnológicas da CPTM. As falhas acontecem hoje em dia pela precarização da mão de obra, e diminuição da prevenção preventiva e corretiva”, afirmou Múcio Alexandre, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil .
Questionado pela TVT News sobre qual recado daria para a população que muitas vezes não vê a importância da greve, o sindicalista afirma que o governador Tarcísio não dialoga com os trabalhadores o que leva à necessidade de uma greve. “Temos que tomar medidas extremas e constitucionais. E o motivo da greve é preservar o bom serviço que a população recebe”, disse Múcio.
Serão afetadas pela greve, as cidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, e os municípios atendidos pela linha Coral: Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes e Jundiaí.
A assembleia aprovou que a greve vai começar a partir das meia noite do dia 26 e que um Comando Greve estará a postos para negociações. Os ferroviários prometem que só vão parar a greve com a garantia de que o governador Tarcísio de Freitas vai cancelar o leilão .Além disso, no dia 25 será realizado um ato na porta da B3 às 09h. No mesmo dia, haverá uma outra assembleia para referendar a greve.
Tarcísio entreguista
O governo de Tarcísio de Freitas tem sido marcado pelas intenções de privatização. No ano passado, mesmo com forte mobilização popular, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi privatizada. O governo de São Paulo, que era detentor de 50,3% das ações, vendeu, por R$ 14,7 bilhões, 32% dos papéis da companhia, e passou a deter 18,3% da empresa de saneamento.
O governador também tem interesse em privatizar a Linha – 1, Azul, do metrô junto com a Linha 20 – Rosa, um projeto que atenderia à região do ABC.
Nesta semana a categoria metroviária denunciou que a direção do metrô tem retirado os operadores de trens da Linha 15 – Prata, o monotrilho – e automatizando os trens – o que traz riscos à população. Para os sindicalistas, a medida faz parte da “sanha da privatização do Metrô” e “se der certo, vai avançar para as demais linhas estatais.” O monotrilho opera a 15 metros de altura, e operador de trem é a última camada de segurança caso haja falhas.