Horário de verão: Brasil discute a necessidade de retomar medida

Relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico aponta aumento de 14,1% da carga até 2029 e sugere retomada do horário de verão. Entenda
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Relatório também menciona a possível reativação do horário de verão como medida de alívio para o sistema. Foto: Marcello Casal Jr/EBC

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) cogita a retomada do horário de verão. Além disso, emitiu um alerta para a necessidade crescente de uso de termelétricas como forma de garantir o abastecimento energético do país nos próximos cinco anos. Entenda na TVT News.

De acordo com o Plano da Operação Energética (PEN 2025), divulgado nesta semana, a expectativa é de um aumento de 14,1% na carga de energia no Brasil até o ano de 2029.

Para fazer frente à demanda crescente, sobretudo nos horários de pico, o ONS recomenda maior flexibilidade no sistema elétrico nacional, com investimentos em fontes convencionais como hidrelétricas. O relatório também menciona a possível reativação do horário de verão como medida de alívio para o sistema, embora ressalte que tal hipótese não foi incorporada aos cenários analisados por não haver decisão governamental a respeito até o momento.

Segundo o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, a transição energética e o crescimento das chamadas fontes intermitentes, como solar e eólica, impõem novos desafios à operação do sistema. “Precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema, com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as chamadas rampas de carga. Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro”, afirmou.

Horário de verão e mais

O relatório destaca que, já a partir de outubro de 2025, será necessário preparar o sistema para “elevados montantes” de despacho termelétrico, o que poderá exigir a plena disponibilidade dessas usinas. Em cenários mais críticos, o documento prevê a necessidade de medidas coordenadas de redução da demanda, para evitar sobrecargas no sistema.

Entre as recomendações do ONS está a realização de leilões anuais para contratação de novos recursos de geração e aumento da oferta de potência. “Com relação ao atendimento de potência, os resultados deste relatório mostram um aprofundamento do déficit estrutural para atendimento ao requisito de potência”, afirmou Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS. Para ele, os leilões são essenciais para mitigar o risco de déficit energético nos próximos anos.

Além dos leilões, o órgão recomenda o avanço em ferramentas computacionais capazes de avaliar a capacidade do sistema de atender a picos de consumo e garantir maior eficiência na gestão do parque gerador.

No curto prazo, o ONS destaca a importância estratégica da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, para o atendimento da demanda durante o segundo semestre de 2025. A hidrelétrica será fundamental para garantir a potência necessária diante dos desafios previstos para os próximos meses.

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