IBGE revela aumento dos brasileiros com formação básica completa

56% da população brasileira com 25 anos ou mais completou pelo menos até o ensino médio
ibge-aumento-brasileiros-formacao-basica-completa-ibge-aumento-brasileiros-formacao-basica-completa-entre-a-populacao-de-25-anos-ou-mais-de-idade-o-numero-de-formandos-no-ensino-superior-tambem-aumentou-foto-jose-cruz-agencia-brasil-tvt-news
Entre a população de 25 anos ou mais de idade, o número de formandos no ensino superior também aumentou. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A pesquisa PNAD Contínua: Educação 2024, divulgada pelo IBGE, revelou que 56% da população brasileira com 25 anos ou mais tem formação básica completa (completou pelo menos até o ensino médio). Houve um crescimento de 1.4 ponto percentual em relação a 2023, quando a porcentagem era de 54,6%. Desde 2019, mais da metade dessa faixa etária tinha pelo menos o Ensino Básico obrigatório. Saiba mais em TVT News.

Há uma assimetria quando se considera os recortes regionais e raciais nos dados sobre formação básica completa. A população branca de 25 anos ou mais que concluiu o ensino básico é de 63,4%, enquanto a preta ou parda é de 50%. A porcentagem é maior no Sudeste (61,3%), em comparação às outras regiões: Nordeste (47%), Norte (53,4%), Sul (55,4%) e Centro-Oeste (59,8%).

Entre a população de 25 anos ou mais de idade, o número de formandos no ensino superior também aumentou. De 19,7%, em 2023, a taxa subiu para 20,5%, em 2024. Já os sem instrução foram 5,5% da população, menos do que os 6% registrados em 2023.

ibge-aumento-brasileiros-formacao-basica-completa-dados-sobre-ensino-basico-obrigatorio-arte-ibge-tvt-news
Dados sobre ensino básico obrigatório. Arte: IBGE

Analfabetismo

O IBGE considera que uma pessoa alfabetizada é aquela que sabe ler e escrever um bilhete simples. Desde o início do levantamento do IBGE, há declínio no analfabetismo no país. Em 2016, a taxa era de 6,7%. Os novos dados revelam que a porcentagem de pessoas que não sabem ler e escrever é de 5,3%, ou seja, 9,1 milhões de brasileiros.

A queda no analfabetismo ocorre em todas as faixas etárias, mas na população com 60 anos ou mais a proporção de analfabetos é mais significativa (14,9%). Houve diminuição em todas as regiões do país, mas há discrepâncias. No Nordeste, 11,1% da pessoas de 15 anos ou mais são analfabetas. No Norte, são 6%. As outras regiões – Centro-Oeste (3,3%), Sudeste (2,8%) e Sul (2,7%) – têm taxas abaixo da média nacional.

Educação infantil

O percentual de crianças com até 3 anos frequentando a educação infantil subiu de 38,7% em 2023 para 39,8% em 2024, o que ainda está abaixo da meta de 50%, que almejava ser atingida até este ano. Na faixa etária dos 4 aos 5 anos, a taxa subiu de 92,9% para 93,4%, mas também não atingiu a universalidade pretendida.

O principal motivo para crianças de 0 a 3 anos não frequentarem escola ou creche é a escolha de pais ou responsáveis (63,6%). Na sequência, vem a inexistência de escola ou creche, a falta de vagas ou a escola não aceita a criança por conta da idade (30,1%). Entre as crianças de 2 a 3 anos, esse motivo é mais presente nas respostas (39%).

Ensino fundamental

O percentual de estudantes com 6 a 14 anos frequentando o ensino fundamental, etapa escolar adequada para a faixa etária, foi de 94,5% em 2024, uma queda de 0.1 ponto percentual em relação a 2023 (94,6%). É a menor taxa desde o início da série histórica da PNAD Contínua: Educação, em 2016.

O ideal seria que a taxa fosse de 95% em 2024, de acordo com meta do Plano Nacional de Educação (PNE). Em 2023, o percentual já havia ficado abaixo de 95% pela primeira vez desde 2016. Os dados refletem uma dificuldade de se retomar os níves pré-pandemia.

ibge-aumento-brasileiros-formacao-basica-completa-dados-sobre-nivel-de-instrucao-arte-ibge-tvt-news
Dados sobre nível de instrução. Arte: IBGE

Ensino médio

Entre a população dos 15 aos 17 anos, mulheres (80,1%) e pessoas brancas (81,8%) estão mais ajustadas ao ano letivo apropriado a idade, segundo o IBGE. A porcentagem entre os homens é de 73,5% e das pessoas pretas ou pardas, 73,6%. Ambas as taxas representam aumentos em relação aos dados de 2023.

Na faixa etária dos 15 aos 17 anos, a frequência escolar foi de 93,4% em 2024, acima dos 91,9% de 2023. O ano passado registrou a primeira queda desde 2016, quando a série histórica começou.

O percentual desses jovens no ensino médio é de 76,7%, um aumento em relação a 2023 (75%). As metas de universalização até 2016 e de 85% da população nessa faixa etária estar cursando o ensino médio até 2024 não foram cumpridas.

Em 2024, das 56,8 milhões de pessoas que haviam concluído o ensino médio ou ingressado no superior sem o concluir e que não estavam frequentando uma graduação, 5,8% frequentavam curso técnico ou curso normal. Além disso, desse grupo de pessoas, 10,1% haviam concluído um desses cursos

Evasão escolar

O IBGE também levantou os motivos de desistência e evasão escolar entre jovens de 15 a 29 anos. Em 2024, 24,2 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade com nível de instrução até o superior incompleto que não frequentavam escola e cursos de educação profissional ou pré-vestibular.

Nessa faixa etária, 47,8% abandona o ensino médio porque precisa trabalhar. Em seguida, vêm problemas de saúde permanente (23,1%); necessidade de realizar afazeres domésticos ou cuidar de pessoas (14,8%); outros motivo (5,9%); falta de interesse (5%).

ibge-aumento-brasileiros-formacao-basica-completa-dados-sobre-evasao-escolar-arte-ibge-tvt-news
Dados sobre evasão escolar. Arte: IBGE

O que é a PNAD Contínua realizada pelo IBGE

A PNAD Contínua: Educação é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2016 e reúne informações sobre nível de instrução, frequência à escola e abandono escolar. Dados sobre sexo, idade e cor ou raça são coletados para realizar o levantamento.

Assuntos Relacionados