O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,26% em junho de 2025, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa queda frente aos 0,36% de maio e aos 0,39% verificados em junho de 2024. No acumulado do ano, a inflação medida pelo IPCA-15 fica em 3,06%, enquanto nos últimos 12 meses a taxa acumulada é de 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados no período anterior. Entenda na TVT News.
Inflação por áreas
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta, com destaque para Habitação (1,08%), responsável pelo maior impacto individual no índice do mês (0,16 ponto percentual). Essa pressão veio, principalmente, da energia elétrica residencial, que subiu 3,29%, influenciada pela adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, com cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, além de reajustes tarifários em diversas capitais.
O grupo Vestuário também teve avanço relevante (0,51%), puxado por roupas femininas (0,66%) e calçados e acessórios (0,49%). Já em Saúde e cuidados pessoais (0,29%), a principal influência veio do aumento nos planos de saúde (0,57%).
Inflação em baixa
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas apresentou variação negativa de 0,02%, interrompendo uma sequência de nove meses consecutivos de alta. A alimentação no domicílio recuou 0,24%, com destaque para quedas expressivas nos preços do tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%). No entanto, itens como cebola (9,54%) e café moído (2,86%) registraram alta. A alimentação fora do domicílio subiu 0,55%, em ritmo menor do que no mês anterior (0,63%).
Os Transportes tiveram leve alta (0,06%), influenciados por medidas de gratuidade aos domingos e feriados em Brasília e Belém, bem como por reajustes em tarifas de táxi em Belo Horizonte. Os combustíveis, no entanto, apresentaram queda de 0,69%, com recuos no diesel (-1,74%), etanol (-1,66%), gasolina (-0,52%) e gás veicular (-0,33%).
Entre as regiões pesquisadas, Recife teve a maior variação mensal (0,66%), impulsionada pela alta na energia elétrica (4,58%) e na gasolina (3,44%). Já Porto Alegre registrou deflação de 0,10%, influenciada pelas quedas no tomate (-10,04%) e na gasolina (-2,87%).
IPCA-15 de junho de 2025
Indicador | Valor |
---|---|
Variação mensal (junho/25) | 0,26% |
Variação mensal (maio/25) | 0,36% |
Variação mensal (junho/24) | 0,39% |
Acumulado no ano | 3,06% |
Acumulado em 12 meses | 5,27% |
IPCA-E (trimestre) | 1,05% |
Principais influências por grupo (junho/25):
- Alta:
- Habitação (1,08%) – energia elétrica (3,29%)
- Vestuário (0,51%) – roupas femininas (0,66%)
- Saúde e cuidados pessoais (0,29%) – plano de saúde (0,57%)
- Estabilidade/queda:
- Alimentação e bebidas (-0,02%) – tomate (-7,24%), arroz (-3,44%)
- Educação (-0,02%)
- Transportes (0,06%) – combustíveis (-0,69%)
Variação regional (junho/25):
- Maior alta: Recife (0,66%)
- Menor variação: Porto Alegre (-0,10%)
O índice da inflação
O IPCA-15 tem basicamente a mesma metodologia do IPCA, a chamada inflação oficial, que serve de base para a política de meta de inflação do governo: 3% em 12 meses, com margem de tolerância de 1,5 p.p. para mais ou para menos.
A diferença está no período de coleta de preços e na abrangência geográfica. Na prévia, a pesquisa e feita e divulgada antes mesmo de acabar o mês de referência. Em relação à divulgação atual, o período de coleta foi de 16 de maio a 13 de junho.
Ambos os índices levam em consideração uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. Atualmente o valor do mínimo é R$ 1.518.
O IPCA-15 coleta preços em 11 localidades do país (as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.); e o IPCA, 16 localidades (inclui Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju). O IPCA cheio de junho será divulgado em 10 de julho.