O Instituto Marielle Franco lança, no próximo dia 22 de novembro, às 17h, na Casa Comum, em Brasília, o livro Rosas da Resistência: trajetórias e aprendizados de mulheres negras não eleitas. A obra reúne a força política, a memória e as trajetórias de dez mulheres negras que disputaram as eleições de 2024 e seguem atuando na transformação social, mesmo sem ocuparem cargos eletivos. Entenda na TVT News.
O lançamento do livro ocorre no marco da Marcha Mundial das Mulheres Negras (25). A agenda tem como objetivo fortalecer a presença política de mulheres negras, ampliar a luta contra a violência política de gênero e raça e celebrar a continuidade do legado de Marielle Franco.
Livro nasce do Fundo de Respiro
Fruto da parceria entre o Instituto Marielle Franco e a Fundação Rosa Luxemburgo, o livro nasce de pesquisa qualitativa realizada no âmbito do projeto “Fundo de Respiro”, uma iniciativa voltada para o cuidado e o fortalecimento pós-eleitoral de mulheres negras signatárias da Agenda Marielle Franco e que foram vítimas da violência política durante a disputa eleitoral de 2024. As narrativas presentes na obra revelam como essas lideranças, vindas de diferentes territórios, corpos e vivências, continuam exercendo um papel central na disputa democrática, na defesa de direitos e na construção de futuros possíveis.
A obra reúne a força política, a memória e as trajetórias de Andreia de Lima, Ayra Dias, Bárbara Bombom, Camila Moradia, Dani Nunes, Débora Amorim, Flávia Hellen, Joelma Andrade, Lana Larrá e Mayara Batista, que, com sua coragem e determinação, superam os obstáculos da política institucional e se mantêm como lideranças ativas pela transformação social.
Em um contexto de guinada ultraconservadora no Brasil e no mundo, as narrativas reunidas na obra fornecem diretrizes para manter viva e fortalecida a nossa democracia. Entre os principais temas abordados, a publicação detalha os desafios estruturais que persistem no campo eleitoral, como a distribuição desigual de recursos de campanha, os silenciamentos dentro dos partidos, e também ressalta as potentes estratégias de atuação para a radicalização democrática e o futuro da política no Brasil, liderado por mulheres negras.
A obra demonstra, assim, que a resistência dessas mulheres na luta por um futuro melhor vai além da representatividade na política institucional, sendo elas catalisadoras de práticas políticas que dialogam com necessidades historicamente invisibilizadas, como os direitos humanos e as políticas de cuidado, reescrevendo a história e redefinindo prioridades na agenda pública.
O prefácio do livro é assinado pela deputada federal Benedita da Silva, que ressalta o caráter coletivo e inspirador dessas trajetórias.
Em sua mensagem, ela afirma que a obra é: “Um convite para que a memória de Marielle Franco e de todas as mulheres negras que esperançaram um futuro siga viva. Façamos das dez vozes presentes neste livro um farol de coragem e de possibilidade, que cada revés se torne madeira firme para sustentar uma travessia rumo a um amanhã mais justo, com mais fôlego para que caminhemos mais longe e mais alto!”
O lançamento em Brasília, durante a Semana por Reparação e Bem Viver da Marcha Nacional das Mulheres Negras, reforça a centralidade da luta antirracista e feminista no trabalho do Instituto e destaca o papel dessas mulheres como agentes de mudança, mesmo diante das violências que buscam silenciar suas atuações.
Para Luyara Franco, diretora executiva do Instituto e filha de Marielle Franco, o livro é mais do que um registro político: é uma ferramenta de cuidado e de continuidade.
“Rosas da Resistência é um gesto de cuidado e de memória. São histórias que mostram que a política feita por mulheres negras não começa nem termina nas urnas. Mesmo diante da violência, seguimos criando caminhos de esperança, continuidade e luta. Esse livro demonstra que o legado da minha mãe vive em cada mulher que resiste e transforma seus territórios”, enfatiza Luyara Franco.Para os organizadores, o livro é um grito de coragem e esperança para futuras lideranças e leva como título a frase de Marielle Franco “As rosas da resistência nascem do asfalto”. Aron Giovanni Oliveira e Brisa Lima da Silva afirmam: “Este livro é uma tecnologia de memória e de futuro: documenta-se desafios e aponta caminhos. […] Este livro é um gesto de radicalidade democrática em si, porque permanecer, para mulheres negras, é um ato de resistência, e contar essas histórias é uma ferramenta de manutenção viva da semente de Marielle em cada pessoa que não se acovarda nem se conforma. Por e para cada pessoa que pulsa o desejo mais ávido por um bem-viver possível e emancipatório”.
Serviço
Lançamento do livro Rosas da Resistência
Data – 22 de novembro
Horário – 17h
Local – Casa Comum — Asa Norte SCLN 205 Bloco B Sala 19 – Asa Norte, Brasília – DF
