A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) avançou para 1,23% em fevereiro, após registrar 0,11% em janeiro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (25) pelo IBGE. Apesar de ser a maior taxa para o mês de fevereiro desde 2016, o resultado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma alta de 1,36%, segundo pesquisa realizada pela agência Bloomberg. Confira mais em TVT News.
Embora ainda elevada, a inflação foi impulsionada principalmente pela reversão do bônus de Itaipu, desconto aplicado às tarifas de energia elétrica que beneficiou 78 milhões de consumidores em janeiro. Além disso, o aumento do ICMS sobre combustíveis e os reajustes nas mensalidades escolares contribuíram para a aceleração do índice em fevereiro.
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De acordo com o IBGE, a energia elétrica residencial exerceu a maior pressão sobre o IPCA-15 no mês, com impacto de 0,54 ponto percentual. O item passou de uma queda de 15,46% em janeiro para uma alta de 16,33% em fevereiro. O grupo habitação, por sua vez, registrou variação de 4,34%, sendo responsável pelo maior impacto (0,63 ponto percentual) no índice geral.
O setor de educação também teve destaque, com a maior variação entre os grupos pesquisados: 4,78%. As mensalidades do ensino fundamental subiram 7,5%. Já a gasolina apresentou alta de 1,71%, gerando a terceira maior pressão sobre o índice, com impacto de 0,09 ponto percentual.
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Por outro lado, o grupo alimentos e bebidas contribuiu para conter a alta do IPCA-15 em fevereiro, registrando aumento de 0,61%, abaixo dos 1,06% observados em janeiro. Mesmo assim, esse segmento segue com a maior inflação acumulada em 12 meses entre os nove grupos pesquisados, atingindo 7,12%.
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Nos últimos meses, a inflação dos alimentos foi pressionada por fatores como problemas climáticos e a valorização do dólar. Em fevereiro, alguns itens apresentaram aumentos expressivos, como a cenoura (17,62%) e o café moído (11,63%). No entanto, outros produtos registraram quedas significativas, como a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%).
O IPCA-15 é divulgado antes do IPCA, o indicador oficial de inflação do Brasil, e serve como uma prévia não apenas da variação de preços de cada item, mas também do peso que esses itens têm no orçamento das famílias. Enquanto o IPCA-15 considera o período até o dia 15 do mês de referência, o IPCA abrange um mês completo, medindo se os preços aumentaram ou diminuíram de um mês para o outro. Os dados completos do IPCA estarão disponíveis em 12 de março.