Israel lançou um ataque aéreo contra líderes do Hamas na capital do Catar, Doha, nesta terça-feira (9). O ataque, que teve como alvo equipes do Hamas no país, ocorreu em uma área residencial. A nova ofensiva de Israel ameaça desestabilizar os já frágeis esforços por um cessar-fogo em Gaza. Saiba mais na TVT News.
O bombardeio, batizado de “Cúpula de Fogo”, foi realizado pelas Forças de Defesa de Israel e pela agência de segurança Shin Bet. As autoridades israelenses afirmaram que a operação foi “totalmente independente” e assumiram total responsabilidade pela ação, justificando que os alvos são “diretamente responsáveis pelo brutal massacre de 7 de outubro”.
O ataque, no entanto, parece não ter atingido seu principal alvo. Segundo fontes do Hamas e da agência de notícias Reuters, os oficiais do grupo, incluindo Khalil al-Hayya, um dos principais negociadores, sobreviveram à operação.
Ação é “covarde” e viola direito internacional
O ataque em Doha provocou uma forte reação da comunidade internacional. O Catar, que tem atuado como mediador nas negociações de paz, considerou uma ação “covarde” e uma “violação do direito internacional”. A nação árabe, que abriga a maior instalação militar americana na região, classificou o ataque como uma “ameaça séria à segurança do “país.
A escalada também foi condenada pela ONU, pela Autoridade Palestina, pela Jordânia e pelo Irã, que ecoaram as acusações de violação da soberania do Catar e do direito internacional. Em resposta, a embaixada dos Estados Unidos no Catar emitiu uma ordem de “abrigo no local” para seus cidadãos.
O governo de Israel, por outro lado, celebrou a operação. Ministros como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, agradeceram publicamente ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, reiterando a política de que “terroristas não têm e não terão imunidade”.
Negociações de paz
O ataque israelense, realizado no país que sedia as negociações por um cessar-fogo, provavelmente terá um impacto significativo nos esforços para a paz. Analistas e fontes diplomáticas afirmam que a ação representa um golpe crítico, se não fatal, às negociações, minando a confiança e estabelecendo um “precedente preocupante”.
O ataque ocorre em um momento delicado, no qual o Hamas havia sinalizado abertura para “algumas ideias” propostas pelos EUA para um acordo de paz. A investida israelense no Catar, aliada aos recentes ataques no Líbano, Síria, Irã e Iêmen, aponta para uma expansão do conflito em Gaza e uma desestabilização contínua de toda a região do Oriente Médio.