As delegações de Israel e do Hamas iniciaram nesta segunda-feira (6) uma nova rodada de negociações de cessar-fogo na cidade de Sharm el-Sheikh, no Egito. As conversas estão sendo mediadas por representantes dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia e buscam encerrar o conflito que já deixou mais de 67 mil palestinos mortos na Faixa de Gaza. Entenda na TVT News.
A reunião ocorre após o anúncio de um “plano de paz” elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer “pôr um fim definitivo” à guerra.
O plano de 20 pontos apresentado pela Casa Branca propõe o fim imediato das hostilidades, a troca de reféns por prisioneiros palestinos, a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a criação de uma “Força Internacional de Estabilização” liderada por países árabes. A segurança e a administração temporária do território ficariam sob supervisão de um “Conselho da Paz”, órgão internacional presidido pelo próprio Trump, até que uma Autoridade Palestina reformada pudesse assumir o controle.
A proposta exige ainda a destruição completa da infraestrutura militar do Hamas e o desarmamento total das facções armadas. Em troca, o grupo palestino teria parte de seus membros anistiados caso renunciasse à luta armada e aceitasse o novo arranjo de governança.
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Negociações entre Israel e Hamas
O encontro reúne a delegação do Hamas, liderada por Khalil al-Hayya, principal negociador do grupo e que sofreu uma tentativa de assassinato por Israel em Doha, no mês passado. Pelo lado israelense, participam integrantes das Forças de Defesa de Israel, das agências de segurança Mossad e do Shin Bet, além de líderes do governo de Netanyahu. Os EUA são representados pelo enviado especial Steve Witkoff e o genro de Trump, Jared Kushner.
Apesar do Hamas ter dado uma resposta positiva para o plano, o grupo sinaliza que ainda há divergências profundas acerca dos pontos propostos por Trump. A organização insiste que a libertação de todos os reféns israelenses depende da retirada completa de Israel de Gaza, sem mencionar o desarmamento, um dos pontos considerados essenciais por Washington e Tel Aviv.
Além disso, o Hamas exige participar de uma “estrutura nacional palestina abrangente” após o conflito, medida que iria contra o plano, que proíbe qualquer papel político do grupo na governança de Gaza.
O Irã declarou que está “pronto para participar” das discussões, mas alertou sobre “aspectos perigosos” do plano de Trump. O país continua a defender o “direito legítimo do povo palestino à autodeterminação” e reiterou que o fim da guerra não deve isentar Israel de responsabilidade pelos crimes de guerra e genocídio cometidos.
A situação em Gaza
Enquanto as delegações negociam no Egito, Gaza continua em uma situação de catástrofe humanitária. Segundo o Ministério de Saúde do local, mais de 67 mil palestinos foram mortos desde o início do atual conflito em 7 de outubro de 2023, em uma média de 92 mortes por dia. As estimativas ainda calculam que 27 crianças palestinas são mortas diariamente, o equivalente a mais de uma por hora.
Para além das mortes, o sistema de saúde também está em colapso. Apenas 14 dos 36 hospitais continuam operando parcialmente e 1.722 profissionais de saúde foram mortos. Quase 42 mil pessoas vivem com ferimentos incapacitantes, entre elas, 10 mil crianças.
Com informações da CNN Internacional