A Itália e a Espanha enviaram navios militares ao Mediterrâneo oriental para apoiar a Flotilha Global Sumud (GSF), uma missão internacional de ajuda humanitária que relatou ter sido alvo de ao menos 14 ataques de drones em águas internacionais a caminho de Gaza. Entenda na TVT News.
Segundo a organização, as embarcações civis foram atingidas por granadas de efeito moral, explosivos e substâncias químicas, além de sofrerem bloqueio de comunicações. Os ataques, ocorridos a cerca de 30 milhas náuticas da ilha grega de Gavdos, danificaram quatro barcos, mas não deixaram feridos entre os mais de 500 participantes a bordo.
A GSF acusa Israel de estar por trás das ações, que classificou como uma “escalada perigosamente alarmante”. O Ministério das Relações Exteriores israelense, por sua vez, declarou que tomará “todas as medidas necessárias” para impedir a entrada da flotilha em Gaza, defendendo o bloqueio naval como legal. Tel Aviv sugeriu alternativas para a entrega da ajuda, como o porto de Ashkelon ou países vizinhos, propostas rejeitadas pelos organizadores.
Resposta europeia
A presença de cidadãos europeus na missão levou Roma e Madri a agir. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, confirmou o envio de uma fragata para operações de resgate e destacou que a decisão é um “ato de humanidade” e não uma provocação. A primeira-ministra Giorgia Meloni condenou os ataques, mas também classificou a missão como “perigosa e irresponsável”.
Na Espanha, o premiê Pedro Sánchez anunciou o deslocamento de um navio de guerra para garantir a segurança de cidadãos espanhóis e de outras nacionalidades. Sánchez exigiu respeito ao direito internacional e à liberdade de navegação no Mediterrâneo.
Flotilha Global Sumud
A flotilha é composta por cerca de 50 barcos civis, com ativistas, parlamentares, advogados, jornalistas e a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. Entre os participantes há cidadãos de 45 países, incluindo Itália, Espanha e Suécia.
O incidente reacendeu tensões diplomáticas em meio à ofensiva israelense em Gaza, que já deixou mais de 65 mil mortos palestinos desde outubro de 2023, segundo autoridades locais. O Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação “independente, imparcial e completa” sobre os ataques.
Em 2010, um episódio semelhante terminou em tragédia, quando comandos israelenses invadiram o navio Mavi Marmara, resultando na morte de 10 ativistas turcos.