Itália e Espanha enviam navios após ataques de drones contra flotilha humanitária

Embarcações da Flotilha Global Sumud foram atingidas por granadas e explosivos
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Um dos barcos da Flotilha Global Sumud. Foto: Gaza Freedom Flotilla/Instagram

A Itália e a Espanha enviaram navios militares ao Mediterrâneo oriental para apoiar a Flotilha Global Sumud (GSF), uma missão internacional de ajuda humanitária que relatou ter sido alvo de ao menos 14 ataques de drones em águas internacionais a caminho de Gaza. Entenda na TVT News.

Segundo a organização, as embarcações civis foram atingidas por granadas de efeito moral, explosivos e substâncias químicas, além de sofrerem bloqueio de comunicações. Os ataques, ocorridos a cerca de 30 milhas náuticas da ilha grega de Gavdos, danificaram quatro barcos, mas não deixaram feridos entre os mais de 500 participantes a bordo.

A GSF acusa Israel de estar por trás das ações, que classificou como uma “escalada perigosamente alarmante”. O Ministério das Relações Exteriores israelense, por sua vez, declarou que tomará “todas as medidas necessárias” para impedir a entrada da flotilha em Gaza, defendendo o bloqueio naval como legal. Tel Aviv sugeriu alternativas para a entrega da ajuda, como o porto de Ashkelon ou países vizinhos, propostas rejeitadas pelos organizadores.

Resposta europeia

A presença de cidadãos europeus na missão levou Roma e Madri a agir. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, confirmou o envio de uma fragata para operações de resgate e destacou que a decisão é um “ato de humanidade” e não uma provocação. A primeira-ministra Giorgia Meloni condenou os ataques, mas também classificou a missão como “perigosa e irresponsável”.

Na Espanha, o premiê Pedro Sánchez anunciou o deslocamento de um navio de guerra para garantir a segurança de cidadãos espanhóis e de outras nacionalidades. Sánchez exigiu respeito ao direito internacional e à liberdade de navegação no Mediterrâneo.

Flotilha Global Sumud

A flotilha é composta por cerca de 50 barcos civis, com ativistas, parlamentares, advogados, jornalistas e a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. Entre os participantes há cidadãos de 45 países, incluindo Itália, Espanha e Suécia.

O incidente reacendeu tensões diplomáticas em meio à ofensiva israelense em Gaza, que já deixou mais de 65 mil mortos palestinos desde outubro de 2023, segundo autoridades locais. O Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação “independente, imparcial e completa” sobre os ataques.

Em 2010, um episódio semelhante terminou em tragédia, quando comandos israelenses invadiram o navio Mavi Marmara, resultando na morte de 10 ativistas turcos.

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