Jamaica teme destruição em massa com a chegada do furacão Melissa, ventos de até 280 km/h

7 pessoas já morreram até agora por conta da tempestade do século, como já é conhecido o Furacão Melissa
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Esta imagem de satélite do RAMMB/CIRA mostra o furacão Melissa a sudeste da Jamaica em 26 de outubro de 2025. O furacão Melissa estava abrindo um caminho mortal no Caribe na noite de 25 de outubro, com rápida intensificação prevista para o fim de semana, enquanto tomava curso em direção à Jamaica e à ilha de Hispaniola, segundo meteorologistas. (Foto de RAMMB/CIRA / AFP)

Kingston, Jamaica, por AFP. O furacão Melissa segue na categoria máxima nesta terça-feira (28), com ventos de até 280 quilômetros por hora. O furacão deve atingir a Jamaica nesta manhã e depois seguir para Cuba. Leia sobre o furacão Melissa com a TVT News.

Furacão Melissa já provocou 7 mortes na América Latina até agora

Melissa provocou quatro mortes durante a semana: três Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana, onde um adolescente também está desaparecido.

As autoridades jamaicanas pediram à população que busque abrigo antes da chegada iminente do furacão Melissa, que, segundo a Cruz Vermelha na terça-feira, pode afetar pelo menos 1,5 milhão de pessoas na nação insular.

A tempestade de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simson, avança lentamente pelo Caribe, onde já deixou sete mortos: três na Jamaica, três no Haiti e um na República Dominicana.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) informou na manhã de terça-feira que Melissa estava a aproximadamente 185 quilômetros (115 milhas) de Kingston, capital da Jamaica, com ventos de 280 quilômetros por hora (175 mph).

Depois de passar pela Jamaica, a tempestade deve prosseguir em direção ao norte e atravessar o leste de Cuba na noite de terça-feira,

Furacão Melissa pode ser tão devastador como Maria e Katrina

Os fortes ventos, combinados com chuvas intensas, podem causar uma devastação semelhante à de outros furacões históricos, como o Maria em 2017 ou o Katrina em 2005.

A Cruz Vermelha da Jamaica já começou a distribuir água potável e kits de higiene à população. “Há algumas áreas onde deslizamentos de terra já estão ocorrendo”, disse Esther Pinnock, responsável pelas comunicações da ONG, à AFP.

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Mapa da trajetória prevista do furacão Melissa até 28 de outubro às 09h20 GMT, bem como a probabilidade de ventos superiores a 120 km/h (75 mph) nas proximidades do furacão nos próximos 5 dias, segundo dados do Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) / AFP / Julie PEREIRA

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) estima que quase 1,5 milhão de pessoas podem ser afetadas pela tempestade. A Jamaica tem uma população de cerca de 2,8 milhões.

“A ameaça humanitária é grave e imediata”, disse Necephor Mghendi, chefe da delegação da FICV para o Caribe de língua inglesa e holandesa, de Gimebra.

O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, disse que a ponta oeste da ilha enfrenta a pior destruição e pediu que os moradores evacuem.

“Não acredito que haja qualquer infraestrutura nesta região que possa suportar uma tempestade de categoria 5, então pode haver perturbações significativas”, disse ele à CNN na segunda-feira.

“Os ventos destrutivos, marés de tempestade e inundações catastróficas vão piorar na Jamaica ao longo do dia e durante a noite”, advertiu o NHC.

A lentidão de deslocamento da tempestade é preocupante, o que significa que as áreas em sua trajetória podem enfrentar condições adversas por muito tempo.

Os ventos provocados por Melissa alcançam mãximos de 270 quilômetros por hora, indicou o NHC em seu último boletim. Os meteorologistas preveem quase um metro de chuva, inundações repentinas e deslizamentos na Jamaica, Haiti e República Dominicana.

Os habitantes das áreas afetadas “devem permanecer abrigados em suas casas por dois ou três dias, ou até mais tempo para as populações que ficarão isoladas pelas inundações catastróficas”, afirmou o vice-diretor NHC, Jamie Rhome.

Ele alertou que as condições na Jamaica “vão piorar muito, muito rapidamente nas próximas horas”.

As autoridades temem que Melissa possa ser mais letal e destrutiva do que Gilbert, o furacão que em 1988 causou 40 mortes na Jamaica e outras centenas no restante do Caribe e México.

População na Jamaica tem a chegada do furacão Melissa

Apesar das ordens de evacuação, muitos moradores jamaicanos decidiram ficar. “Não vou me mudar. Acho que não consigo escapar da morte”, disse o encanador Roy Brown à AFP na área costeira de Port Royal, em Kingston.

O encanador estava relutante em deixar sua casa devido a experiências anteriores com as péssimas condições dos abrigos contra furacões do governo. A pescadora Jennifer Ramdial concordou. “Eu simplesmente não quero ir embora”, disse ela à AFP.

Holness sustentou que a evacuação foi para “o bem nacional de salvar vidas”. “Vocês foram avisados. Agora é com vocês”, disse ela em uma coletiva de imprensa.

Se não enfraquecer, o Melissa será o furacão mais poderoso a atingir a Jamaica desde o início dos registros meteorológicos.

Parte de seu impacto vem de seu ritmo lento: ele se move mais devagar do que uma pessoa caminhando, o que significa que permanece em cada local por mais tempo.

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Um homem usa seu celular na orla de Kingston, em 27 de outubro de 2025. O furacão Melissa ameaçou a Jamaica com chuvas potencialmente fatais após se intensificar rapidamente para uma tempestade de categoria 5, enquanto os moradores corriam para se abrigar do que poderia ser o clima mais violento já registrado na ilha. O Melissa já foi responsabilizado por pelo menos quatro mortes no Haiti e na República Dominicana, e estava prestes a desencadear chuvas torrenciais em partes da Jamaica, atingindo diretamente a ilha caribenha. (Foto de Ricardo Makyn / AFP)

Furacão Melissa é a tempestade do século

“Melissa é um furacão de categoria 5”, apontou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos.

O furacão também ameaça o leste de Cuba, assim como o sul das Bahamas e o arquipélago de Turks e Caicos, território britânico.

Em Cuba, com dificuldades para disseminar informações preventivas devido à queda de energia, as autoridades estão acelerando os preparativos para a chegada do Melissa nesta terça-feira.

O Conselho de Defesa Nacional declarou “fase de alerta” nas seis províncias do leste (Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Camagüey, Granma e Las Tunas).

As autoridades começaram a evacuar aproximadamente 650.000 pessoas nessas províncias, onde os moradores estão estocando suprimentos e tentando proteger os telhados de suas casas com cordas. Aulas e atividades de trabalho não essenciais foram suspensas.

“Estou com muito medo porque é um furacão muito perigoso. Coisas grandes podem acontecer, pode destruir sua casa”, disse à AFP Anabel Chacón, uma dona de casa de 62 anos com uma casa de chapa de zinco em Bayamo, capital de Granma.

Várias organizações no sul da Flórida estão preparando ajuda humanitária destinada à Jamaica.

A ONG Global Empowerment Mission (GEM), especializada em assistência humanitária durante desastres, é uma das principais impulsionadoras desse esforço.

De sua sede em Doral, perto de Miami, a organização recebe, embala e prepara o transporte aéreo de alimentos, água e itens de primeira necessidade: um total de cerca de 22 toneladas de suprimentos com destino a Kingston.

Melissa é a décima terceira tempestade com nome — ou seja, uma tempestade com rastros — da temporada de furacões no Atlântico, que vai do início de junho ao final de novembro.

Quais os estragos do furacão Melissa até agora

Na República Dominicana, um homem de 79 anos morreu após ser arrastado por um riacho, e um menino de 13 anos continua desaparecido, informaram as autoridades no sábado.

No Haiti, a agência de proteção civil registrou as mortes de três pessoas devido à tempestade.

O NHC alertou sobre “inundações repentinas catastróficas e potencialmente mortais, assim como numerosos deslizamentos de terra” na Jamaica.

Os ventos destrutivos causarão “danos significativos às infraestruturas e cortes prolongados de eletricidade e das comunicações”, acrescentou.

O Serviço Meteorológico da Jamaica prevê uma maré ciclônica de até quatro metros ao longo da costa sul do país. As autoridades ordenaram a saída dos moradores de diversas áreas costeiras da nação insular.

O aeroporto internacional de Kingston foi fechado na noite de sábado, assim como todos os portos.

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