Nos textos reunidos em Tomara que você seja deportado: Uma viagem pela distopia americana, Jamil Chade descreve um cenário devastador sob qualquer ponto de vista, evidenciando a magnitude da decadência da sociedade estadunidense. Compreendendo o período entre a campanha eleitoral de Donald Trump e o início dos esforços eugenistas de sua política de imigração, a tragédia norte-americana ganha aqui rosto e materialidade. Leia em TVT News.
Chade percorre os locais por onde se espraia o ódio e o rancor, a pobreza e a ilusão, de Manhattan ao México, do Madison Square Garden aos abrigos para deportados nas cidades mexicanas na fronteira. O que o leitor entrevê é um desastre humanitário, ético, político, espiritual. A atmosfera inequívoca de perseguição, o medo do imigrante de ser caçado.
Mas também a perversidade da ofensiva trumpista no que diz respeito a outros temas, como a educação e os direitos de pessoas LGBTQIAPN+, outrora relevantes para a composição de um cenário, uma ordem mundial, que glorificava a nação que tomou para si o termo “América”. Pelas palavras de Walter Salles, que prefacia esse livro, Chade realiza “não somente um extraordinário trabalho jornalístico, mas também um ensaio de grande lucidez sobre como podem sucumbir as democracias”.
Jamil Chade mostra a queda da democracia nos EUA nos primeiros meses do segundo mandato de Trump ao visitar quinze estados do país
O trabalho do jornalista, aqui, marcado também pela experiência pessoal – Chade se mudou com a família para os Estados Unidos – é revelador do esfacelamento simbólico da solidez que consagrou os Estados Unidos da América como a nação mais poderosa do mundo. Uma nação que demole a si mesma, com os golpes imprudentes de um líder autoritário.

Destaque
Poucos países estão passando por um processo tão acelerado de erosão da sua democracia e de seu tecido social quanto os Estados Unidos. […] Em Tomara que você seja deportado, Jamil Chade investiga cada etapa dessa viagem em direção à distopia norte-americana.
Dialogando com It Can’t Happen Here [Não pode acontecer aqui], a obra de Sinclair Lewis sobre o risco de o fascismo deitar âncora nos Estados Unidos da década de 1930, o livro é não somente um extraordinário trabalho jornalístico, mas também um ensaio de grande lucidez sobre como podem sucumbir as democracias. Atravessando o país de norte a sul […], Chade se torna um sismógrafo desse processo. Cada crônica que compõe este volume é ao mesmo tempo uma revelação e um alerta sobre o que pode suceder em qualquer país. — Walter Salles, em prefácio à edição.
Sobre Jamil Chade
Cruzando fronteiras com refugiados, testemunhando crimes contra a humanidade, viajando com papas ou cobrindo cúpulas diplomáticas, Jamil Chade percorreu mais de 70 países. Com seu escritório na sede da ONU em Genebra, e vivendo hoje em Nova York, o jornalista venceu diversos prêmios no exterior e no Brasil por sua defesa da democracia e dos direitos humanos. Entre 2024 e 2025, percorreu milhares de quilômetros em mais de uma dezena de estados americanos para testemunhar a encruzilhada que vive a sociedade nos Estados Unidos. Chade publicou nove livros, três dos quais foram finalistas do prêmio Jabuti. Ele é embaixador do Instituto Adus, membro do conselho do Instituto Vladimir Herzog e integrante da equipe de pesquisa sobre Memória, Justiça e Verdade do Instituto de Estudos Avançados da USP. O autor também foi um dos pesquisadores da Comissão Nacional da Verdade.

Ficha Técnica
Título: Tomara que você seja deportado: Uma viagem pela distopia americana
Autor: Jamil Chade
Prefácio: Walter Salles
Projeto gráfico: Bloco Gráfico
Imagem de capa: Jamil Chade
Formato: 14 x 21 cm
Número de páginas: 256 pp
ISBN: 978-65-85832-89-2
ISBN (ebook): 978-65-85832-90-8
Preço: R$ 79,00 (ebook R$ 55,30)
Editora: Nós