Jornalistas fazem ato em solidariedade aos colegas palestinos

SJSP e Fenaj fazem manifestação em solidariedade aos jornalistas palestinos e em repúdio aos crimes cometidos por Israel
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Mariam Al-Dagga e Hossan al-Masri assassinados por Israel no Hospital Nasser. Imagem: Reprodução/ Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) fazem manifestação na Avenida Paulista, em solidariedade aos jornalistas palestinos e em repúdio aos crimes cometidos por Israel. O ato será nesta quinta, 28, a partir das 17, em frente ao prédio da CNN, altura do 1.374 da Av. Paulista. Leia em TVT News.

SJSP e Fenaj fazem manifestação em solidariedade aos jornalistas palestinos e em repúdio aos crimes cometidos por Israel

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) convocam jornalistas para manifestação de apoio aos profissionais da imprensa palestinos, vítimas de assassinatos cometidos pelo Estado de Israel.

A organização é conjunta do SJSP e da FENAJ, com apoio do Coletivo Shireen (Shireen Abu Akleh de jornalistas Contra o Genocídio), da Federação Árabe-Palestina do Brasil (FEPAL) e da Frente Palestina de São Paulo.

Serviço:

  • Data: 28 de agosto de 2025 (quinta-feira)
  • Horário: 17h
  • Local: Avenida Paulista, 1.374 – São Paulo

Após massacre no Hospital Nasser, já são 245 jornalistas assassinados(as) por Israel em Gaza

Na terça-feira, 26 de agosto, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos (SPJ) condenou veementemente “a política sistemática contínua das forças de ocupação de Israel de atacar jornalistas, matá-los e cometer massacres sucessivos contra eles e suas famílias, o que levou ao martírio de 246 jornalistas e profissionais da mídia”.

Esse número diz respeito ao período iniciado em outubro de 2023, e inclui um jornalista da Cisjordânia, Ibrahim Mahameed, assassinado em fevereiro de 2024. Entre as vítimas fatais, são 33 jornalistas mulheres, segundo o SPJ.

Na véspera, Israel assassinou mais cinco jornalistas de uma só vez, ao atacar as instalações do Hospital Nasser, em Khan Yunis. No local, pelo menos vinte pessoas, incluindo um bombeiro e socorristas, foram mortos por um bombardeio direto de Israel, presumivelmente por meio de dois disparos consecutivos do canhão de um tanque. O ataque foi flagrado por uma transmissão ao vivo.

Entre os mortos estavam Mariam Abu Daqqa, repórter da rede Associated Press e colaboradora do Monitor do Oriente (Memo); Hossam el-Masry, fotógrafo da agência Reuters; Mohamed Salama, fotógrafo da Al Jazeera; e Moaz Abu Taha, colaborador da rede NBC. Um quinto jornalista, Ahmed Abu Aziz, veio a morrer posteriormente.

A agência Reuters confirmou que sua transmissão em vídeo, ao vivo do hospital, operada pelo cinegrafista al-Masry, foi subitamente interrompida pelo ataque. Salama, da Al Jazeera, casou-se com a também jornalista Hala Asfour em 2024. Abu Daqqa deixa um filho de 12 anos, retirado de Gaza neste ano, segundo Abby Sewell, da Associated Press.

“A ocupação continua a visar deliberadamente jornalistas palestinos e suas famílias, particularmente na Faixa de Gaza, onde pelo menos 520 jornalistas foram feridos por balas e mísseis israelenses desde 7 de outubro de 2023, enquanto nada menos que 800 familiares de jornalistas foram mortos em Gaza”, diz o SPJ.

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Enquanto Israel intensifica seus bombardeios, a situação humanitária na Faixa de Gaza se deteriora Foto: ONU News

“Além disso, mais de 800 jornalistas em Gaza continuam a viver em condições de deslocamento repetido do norte para o sul da Faixa, enfrentando dificuldades severas, incluindo falta de segurança devido aos ataques aéreos israelenses em suas tendas, ausência de condições básicas de vida e falta de eletricidade e internet necessárias para continuar seu trabalho”.

O SPJ também reportou, “em cooperação com instituições de acolhimento de presos”, que 206 casos de prisão e detenção de jornalistas pelas autoridades de ocupação israelenses foram registrados desde outubro de 2023.

“Como parte de sua guerra contra a mídia e de sua tentativa de silenciar a verdade, as forças de ocupação israelenses realizaram ataques aéreos e ataques com tanques generalizados que destruíram 115 veículos de comunicação na Faixa de Gaza, abrangendo todos os tipos de veículos. Na Cisjordânia e em Jerusalém, fecharam cinco veículos de comunicação e destruíram ou fecharam 12 gráficas”, relata o SPJ.

FENAJ convoca Sindicatos e jornalistas para ações em defesa de colegas palestinos

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lançou nesta segunda-feira (25/08) uma convocação a seus 31 Sindicatos filiados e a toda a categoria para a realização de ações locais em defesa dos jornalistas palestinos e em memória dos que foram assassinados pelas forças do Estado de Israel.

O alerta da FENAJ ocorre em meio a um cenário de genocídio em curso na Faixa de Gaza, que já dura quase dois anos. Segundo relatos de organizações internacionais, dezenas de milhares de palestinos foram mortos, e o território sofreu devastação total, incluindo destruição de hospitais e bloqueio à ajuda humanitária, o que compromete a sobrevivência da população local.

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Anas al-Sharif era um dos correspondentes mais conhecidos da Al Jazeera. Foto: Al Jazeera/Reprodução

O trabalho jornalístico na região tornou-se ainda mais arriscado. Gaza está praticamente fechada à imprensa internacional, enquanto jornalistas palestinos são deliberadamente alvos das forças armadas. Um dos episódios mais graves ocorreu em 10 de agosto, quando cinco profissionais da rede Al-Jazeera, liderados pelo jornalista Anas al-Sharif, foram mortos em uma barraca claramente identificada como posto de imprensa.

Levantamento da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), em parceria com o Sindicato dos Jornalistas da Palestina, aponta que mais de 200 jornalistas palestinos foram assassinados desde 2023, número que inclui profissionais em diferentes funções da comunicação.

Para a FENAJ, o massacre não pode ser ignorado. “O assassinato de mais de 200 jornalistas equivaleria, no Brasil, ao desaparecimento de redações inteiras de grande porte. A barbárie não pode ser normalizada”, destaca a entidade.

Mobilizações internacionais

A FIJ também tem registrado um aumento nas iniciativas de solidariedade em todo o mundo, incluindo atos públicos, manifestações e divulgação de materiais de imprensa denunciando os assassinatos. A entidade orienta ainda que o Fundo de Segurança da FIJ, destinado ao Sindicato dos Jornalistas Palestinos (PJS), seja apoiado, evitando menções diretas a “Gaza” nas transferências bancárias para evitar bloqueios.

Novas manifestações estão previstas para cidades como Bruxelas, Londres e Dublin, somando-se a ações já realizadas em Suécia, Omã, Egito, Austrália, Espanha, Turquia e Eslováquia. A FIJ recomenda o uso da hashtag #SupportPalestinianJournalists nas redes sociais e o envio de registros audiovisuais à entidade.

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Manifestantes defenderam que governo brasileiro rompa as relações comerciais. Foto: Guilherme Jeronymo/Agência Brasil

Nesta segunda-feira, uma ação simbólica coordenada pela organização Avaaz envolverá veículos de comunicação de diferentes países publicando páginas em branco ou telas pretas em homenagem aos jornalistas palestinos assassinados.

A FENAJ reforça ainda a proposta de realização de um Dia Internacional em Defesa dos Jornalistas Palestinos, com paralisação de uma hora do trabalho jornalístico em todo o mundo, em solidariedade às vítimas e pelo fim do genocídio.

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