Justiça do Rio revoga prisão do MC Poze do Rodo

Habeas corpus foi concedido por desembargador, na situação ele criticou a forma que a Polícia Civil lidou com o caso
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Desembargador criticou a atuação da Polícia Civil no caso do MC Poze do Rodo. Foto: @pozevidalouca/Instagram

Conhecido como MC Poze do Rodo, Marlon Brandon Coelho Couto da Silva, teve o habeas corpus concedido pela Justiça do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (2). Na decisão, o desembargador Peterson Barroso Simão, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, criticou a forma de atuação da Polícia Civil no caso. Saiba mais na TVT News.

“Existem indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, escreveu o magistrado. 

O MC Poze do Rodo foi preso na última quinta-feira (29), em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, em uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele foi algemado com as mãos para trás, sem camisa e levado descalço para a delegacia. Ele teria de cumprir prisão temporária de 30 dias.

  • Vídeo: dois pesos e duas medidas da Justiça brasileira

Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do Brasil e anunciou sua saída do país nesta terça-feira (3). A deputada não revelou o país onde está, mas disse ser na Europa. A fuga ocorre após ser condenada a 10 anos de prisão pela invasão aos sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A comentarista Laura Capriglione critica os dois pesos e duas medidas da Justiça brasileira, definida por ela como “classista, racista e nojenta”.

“O material arrecadado na busca e apreensão [na casa do MC Poze do Rodo] parece ser suficiente para o prosseguimento das investigações, sem a necessidade da manutenção da prisão já que não há comprovação, por ora, de que ele estivesse com armamento, drogas ou algo ilícito em seu poder”, disse Simão. 

O magistrado explicou na decisão, que MC Poze do Rodo já tinha sido investigado em outro processo e absolvido em duas instâncias da Justiça do Rio.

“A prisão temporária não é exatamente a solução almejada pela população, pois todos nós imaginamos como funciona a máquina criminosa do Comando Vermelho. É preciso prender os chefes, aqueles que pegam em armas e negociam drogas. O alvo da prisão não deve ser o mais fraco – o paciente, e sim os comandantes de facção temerosa, abusada e violenta, que corrompe, mata, rouba, pratica o tráfico, além de outros tipos penais em prejuízo das pessoas e da sociedade”.

O advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, que defende o funkeiro, classificou a decisão como “serena que restabelece a liberdade e dá espaço à única presunção existente no direito: a de inocência”.

Medidas cautelares que MC Poze do Rodo terá de cumprir:

  • Comparecimento mensal em juízo até o dia 10 de cada mês para informar e justificar suas atividades;
  • Não se ausentar da Comarca enquanto perdurar a análise do mérito do habeas corpus;
  • Permanecer à disposição da Justiça informando telefone para contato imediato;
  • Proibição de comunicar-se com pessoas investigadas pelos fatos envolvidos no inquérito, testemunhas, bem como pessoas ligadas à facção criminosa Comando Vermelho.

Por Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil

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