Kamala aceita candidatura e ataca Trump: ‘Não vamos voltar atrás’

Candidata democrata promete governar com foco na classe média e restabelecer liberdade reprodutiva: "Nós confiamos nas mulheres"
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"A classe média é de onde eu venho", frisou a candidata. Foto: Divulgação/Democratas

Em discurso encerrando da Convenção do Partido Democrata nesta quinta-feira (22), Kamala Harris aceitou oficialmente a indicação para para ser candidata à Presidência dos Estados Unidos na eleição de 5 de novembro. Em pouco mais de 40 minutos, ela defendeu os direitos reprodutivos das mulheres, fez forte aceno à classe média americana e prometeu barrar as investidas contra a democracia do seu adversário, o ex-presidente republicano Donald Trump.

“Bem, Tim (Waltz, seu candidato a vice) e eu temos uma mensagem para Trump e outros que querem voltar atrás no tempo em relação às nossas liberdades fundamentais: não vamos voltar atrás”, disse Kamala. O público que acompanhava a convenção, em Chicago, reagiu aos gritos de “não voltar atrás”.

Nesse sentido, destacou a tentativa de golpe, durante a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. “É grave o que aconteceu depois da eleição. Donald Trump tentou anular seus votos quando falhou, enviou uma multidão armada ao Capitólio dos Estados Unidos, onde agrediram policiais. Enquanto políticos de seu próprio partido imploravam para que ele chamasse a multidão e enviasse ajuda, ele fez o oposto”, disse a candidata.

“De muitas maneiras, Donald Trump é um homem pouco sério”, ela disse. “Mas as consequências de colocar Donald Trump de volta na Casa Branca são extremamente sérias.”

Valores familiares

Assim, Kamala abriu seu discurso com agradecimentos especiais ao marido, Douglas Emhoff, e ao presidente Joe Biden, a quem expressou “gratidão”. “Seu caráter é inspirador”, afirmou. Citou então os pais, com quem aprendeu “a ter fé e tratar as pessoas como nós gostaríamos de ser tratados”.

Em seguida, homenageou especialmente a sua mãe, Shyamala Harris, que nasceu na Índia e se mudou para os Estados Unidos aos 19 anos. “Sinto falta da minha mãe e sei que ela está olhando por mim. Ela atravessou o mundo sozinha. Ela se tornou uma cientista. Quando terminou a faculdade, ela teria que voltar pra Índia, mas conheceu meu pai jamaicano. Essa decisão de determinação me fez”.

Destacou que a mãe a criou sozinha, após se divorciar. Recordou ainda como foi ser criada em um bairro popular de Oakland, na Califórnia. E defendeu um país de oportunidaes. “Minha mãe administrava um orçamento restrito. Vivíamos dentro das nossas possibilidades. E ela esperava que aproveitássemos ao máximo as oportunidades que estavam disponíveis para nós.”

Kamala em defesa da classe média

Desse modo, ressaltou que “fortalecer a classe média será um objetivo central da minha presidência”, “Criaremos uma economia da oportunidade, em que cada um tenha a chance de competir e de ter sucesso.” “A classe média é de onde eu venho”, frisou a candidata.

Assim a democrata defendeu cortes nos impostos para a classe média e um aumento nas taxas para grandes corporações e bilionários. Kamala também prometeu tornar a compra de imóveis mais acessível e reduzir o preço de alimentos e medicamentos.

Sobre sua atuação como procuradora, disse que “em toda a minha carreira, tive apenas um cliente: o povo”.

Direitos reprodutivos

Ela disse que vai se concentrar em reduzir os custos das “necessidades cotidianas” — incluindo assistência médica, moradia e alimentação. E se referiu especificamente ao direito ao aborto — enquadrando o procedimento como um meio de preservar a liberdade, que foi uma tema recorrente nesta convenção democrata.

“Os Estados Unidos não podem ser verdadeiramente prósperos a menos que os americanos sejam totalmente capazes de tomar suas próprias decisões sobre suas próprias vidas, especialmente sobre questões do coração e do lar”, ela declarou.

“Trump escolheu a dedo juízes da Suprema Corte para atacar a liberdade reprodutiva“, criticou. “Ele quer criar uma coordenação nacional antiaborto e forçar estados a reportar abortos. Eles estão loucos. Nós confiamos nas mulheres. Quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar a liberdade reprodutiva, eu, como presidente, a sancionarei com orgulho.”

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