Entrevista do Lula: MP da soberania, regulação das redes e democracia

Confira os principais trechos da entrevista do presidente Lula ao jornalista Reinaldo Azevedo
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Na entrevista do Lula ao programa O É da Coisa, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, o presidente falou sobre as medidas do Governo Federal para combater os efeitos da taxação. Foto: Divulgação/BandNews FM

Na entrevista do Lula ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews FM, o presidente da República detalhou a MP da Soberania, adiantou que vai enviar projeto de regulação das redes, defendeu os vetos ao PL do Licenciamento Ambiental e disse que 2025 é o ano da colheita. Leia os principais trechos da entrevista do Lula com a TVT News.

Entrevista do Lula: presidente anuncia MP para mitigar efeitos de tarifas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 12 de agosto, em entrevista à BandNews FM, que assina nesta quarta-feira, 13 de agosto, a Medida Provisória Brasil Soberano.

Acompanhe: Lula detalha socorro a empresas afetadas pelo tarifaço

O texto cria uma linha de crédito no valor de R$ 30 bilhões com foco em empresas que tiveram prejuízo com as recentes medidas anunciadas pelos Estados Unidos, de taxar em 50% as exportações brasileiras. O chamado “tarifaço” entrou em vigor no último dia 6 de agosto.

Ninguém vai ficar desamparado neste país por causa das medidas tomadas pelo presidente Trump. Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas e, também, procurar outros mercados para elas
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, Presidente da República

Na entrevista ao programa O É da Coisa, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, Lula falou sobre outras medidas do Governo Federal para combater os efeitos da taxação. Além da linha de crédito, o plano de contingência inclui, ainda, as compras governamentais. Nessa modalidade, o Governo adquire produtos que seriam exportados, em especial gêneros alimentícios, para aproveitá-los em programas sociais. Outra vertente antecipada pelo presidente é a ênfase na abertura de novos mercados pelo mundo para os produtos nacionais.

CUIDADO – Segundo o presidente, o valor para a linha de crédito pode ser apenas um começo. Dependendo da necessidade, recursos adicionais podem ser investidos. “A medida é extremamente importante para mostrar que ninguém vai ficar desamparado neste país por causa das medidas tomadas pelo presidente Trump. Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas e, também, procurar outros mercados para elas”, ressaltou.

PEQUENAS EMPRESAS – De acordo com o presidente, o objetivo das medidas é ajudar, sobretudo, as pequenas empresas que exportam, por exemplo, tilápia, mel, frutas e outros produtos, como máquinas. O Governo Federal já afirmara, anteriormente, que as empresas brasileiras que têm maior dependência do mercado norte-americano para as vendas terão atenção especial.

INCENTIVO – O Governo Federal também está enviando listas com produtos que os empresários brasileiros vendem para os Estados Unidos a outros países. “Ninguém larga a mão de ninguém. Eu quero ajudar, quero tentar ver as relações que temos com todos os países, o que a gente compra, o que a gente vende. Precisamos ajudar os empresários a abrir novos mercados e, também, incentivar os empresários a brigar pelos mercados. Não dá para deixar barato a taxação imposta. Há leis nos Estados Unidos e os nossos empresários podem abrir processo, podem brigar por seus direitos, lá, também”, ressaltou.

OMC – Outra frente do Governo Federal relatada por Lula na entrevista é o padrão já utilizado de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a taxação dos Estados Unidos. “Estamos pensando na aplicação da Lei da Reciprocidade, o que podemos fazer a respeito. Não queremos ficar dizendo que vamos fazer bravata. Nós vamos medir as consequências para o povo brasileiro e para a relação com os Estados Unidos a cada momento que a gente tiver de tomar uma decisão. Afinal, temos uma relação histórica e muito profunda de 201 anos. E queremos manter uma relação como temos com todo mundo: civilizada, ordeira, em que a gente possa sentar e discutir divergências.”

NEGOCIAÇÃO – “As grandes empresas têm mais poder de resistência, mas vamos garantir a sobrevivência das empresas brasileiras. Houve um tempo em que nosso comércio exterior dependia 25% dos Estados Unidos. Hoje, são 12%. Eu continuo preparado para negociar. Não sei qual a experiência de negociação do presidente Trump, mas desde 1968 eu negocio com patrão, nas fábricas. Às vezes eu ganhava, às vezes perdia, às vezes empatava, mas o importante é sentar numa mesa e negociar”, definiu.

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Na entrevista do Lula ao programa O É da Coisa, apresentado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, o presidente defendeu a regulamentação das redes sociais. Foto: Divulgação /BandNewsFM

Entrevista do Lula: “Queremos que haja justiça ambiental”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os países ricos contribuam para a preservação de florestas.

Na entrevista do Lula à BandNews FM, no programa O É da Coisa, o presidente afirmou que o TFFF, mecanismo financeiro inovador proposto para incentivar a conservação de florestas tropicais em países em desenvolvimento será apresentado na COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas no Brasil trará, pela primeira vez, para a Amazônia chefes de Estado e líderes de todo o mundo.

“Vamos propor a criação de uma tarifa paga pelos países ricos, para pagar as florestas que ficarem em pé. E você tem poucas. Você tem os países da América do Sul na região, você tem Indonésia e você tem o Congo. Muitos outros países já estão ‘carecas’. Então, nós queremos, na verdade, que haja justiça ambiental”, explicou.

Lula ressaltou que “a COP no Brasil será transformada na COP da verdade”. “Eu quero saber qual o chefe de Estado que acredita nos cientistas ou não. Se eles acham que há um problema de aquecimento global ou não. Se eles acham que pode haver uma coisa maluca no planeta ou não. Eu acho que pode. Porque a nossa responsabilidade é de não permitir que haja um aquecimento acima de 1,5 grau”, disse, citando eventos climáticos recentes pelo mundo.

PRESERVAÇÃO – Para ilustrar o empenho do Brasil com a preservação do meio ambiente, o presidente pontuou que desde o início da atual gestão federal o desmatamento já diminuiu em 50% na Amazônia. “Eu assumi o compromisso de que a gente vai conseguir chegar a um desmatamento zero até 2030. Porque a gente tem prazer e orgulho de ser o país que tem a maior floresta tropical do planeta Terra e nós queremos cuidar dela. Porque cuidando da nossa floresta, da nossa água, do nosso Pantanal, da nossa Caatinga, do nosso Cerrado, do nosso meio ambiente, a gente vai estar garantindo qualidade de vida para o povo trabalhador”, disse.

ENSINO — Em conversa com o jornalista Reinaldo Azevedo, Lula também afirmou que pretende colocar no currículo escolar o ensino sobre as questões ambientais. “Porque eu acho que uma criança aprendendo na escola como é que faz coleta seletiva de lixo, ela pode educar o pai e a mãe que não aprenderam quando eram criança. E a gente pode ter uma melhora muito grande na qualidade ambiental dentro da casa da gente”, defendeu.

Entrevista do Lula: projeto de lei para regular redes sociais

O presidente Lula anunciou nesta terça-feira, 12 de agosto, que o Governo Federal vai concluir e enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei para regulamentar as big techs e redes sociais no Brasil.

Na entrevista do Lula à BandNews FM, no programa O É da Coisa, o presidente explicou que a proposta está em elaboração há dois meses e será discutida nesta quarta-feira (13), em reunião com ministros. 

Na entrevista do Lula com o jornalista Reinaldo Azevedo, o presidente abordou o assunto ao comentar as críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o Brasil estaria censurando perfis em redes sociais. Esse foi um dos motivos apontados para justificar a aplicação de taxas de importação de 50% sobre os produtos brasileiros, nos Estados Unidos.

Lula, inclusive, assinará nesta quarta, 13 de agosto, uma Medida Provisória para ajudar a minimizar os efeitos das tarifas para empresários e trabalhadores brasileiros

“Ele [Trump] diz que não aceitaria qualquer regulamentação das big techs americanas, mas vamos regulamentar, porque é preciso criar o mínimo de comportamento, o mínimo de procedimento no funcionamento de uma rede digital que fala com crianças e com adultos e que, muitas vezes, ninguém assume a responsabilidade pelo conteúdo”, ressaltou o presidente, na entrevista.

Lula lembrou que o Supremo Tribunal Federal definiu, em junho, que as plataformas digitais são responsáveis por conteúdos gerados por seus usuários. E destacou que não existe liberdade de expressão sem limites. “Liberdade de expressão não é você execrar a vida dos outros, não é mentir, não é fazer provocação ou propaganda do ódio. Liberdade de expressão é a coisa mais sagrada, que eu uso desde que aprendi a falar e tenho defendido em todos os lugares do mundo em que discuto comunicação”, disse. 

“As pessoas sabem que para a existência da democracia é preciso ter regulação do comportamento de todos, senão a sociedade vira uma ‘Torre de Babel’”, prosseguiu o presidente. Para ele, a regulação define parâmetros essenciais. “O que é crime na nossa vida normal tem que ser crime na vida digital. Não tem por que ser diferente. Não tem por que as pessoas não respeitarem isso”, argumentou.

Entrevista do Lula: fase da colheita já está próxima do horizonte do brasileiro

O horizonte da colheita de tudo o que foi plantado pelo Governo Federal em termos de retomada de políticas sociais e de avanços econômicos desde 2023 vai ficar cada vez mais próximo da realidade cotidiana da população. A percepção é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concedeu entrevista nesta terça-feira, 12 de agosto, ao jornalista Reinaldo Azevedo, da BandNews FM. 

As coisas já estão acontecendo. O financiamento agrícola é recorde, o fluxo de turistas é recorde, o fundo da Amazônia é o maior desde a criação dele, o investimento público e privado em infraestrutura chegou a R$ 260 bilhões, o maior da história, a concessão de créditos imobiliários é a maior da história, a exportação da indústria de transformação foi a maior da história, a movimentação portuária é a maior da história do Brasil. É tudo recorde”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

O país, segundo Lula, vive uma onda de indicadores favoráveis.

“As coisas já estão acontecendo”, afirmou Lula. 

“O financiamento agrícola é recorde, o fluxo de turistas é recorde, o fundo da Amazônia é o maior desde a criação dele, o investimento público e privado em infraestrutura chegou a R$ 260 bilhões, o maior da história, a concessão de créditos imobiliários é a maior da nossa história, a exportação da indústria de transformação foi a maior da história, a movimentação portuária é a maior da história do Brasil. É tudo recorde”, listou o presidente.

Na entrevista, Lula lembrou que o dólar fechou esta terça na menor taxa dos últimos 12 meses (R$ 5,38), que o PIB vem mostrando crescimento forte e sustentado e que o país abriu quase 400 mercados para os produtos brasileiros ao longo de dois anos e meio. 

CESTA BÁSICA – Lula reforçou que alguns itens da cesta básica, como feijão, arroz, café e carne, passaram por períodos em que estavam com preços altos em função de sazonalidades e episódios conectados à mudança do clima, mas que estão cada vez mais em conta. 

“Precisamos cuidar das pessoas que querem comer bem, se vestir bem. Isso é papel do Estado, garantir oportunidade. As coisas vão melhorar cada vez mais, porque foi para isso que fui eleito presidente”, citou Lula, lembrando ainda de iniciativas essenciais retomadas, como o Farmácia Popular e o Mais Médicos, além de programas inovadores, como o Pé de Meia, que garante a permanência de alunos do ensino médio na escola. 

PROGRAMAS – “O Pé de Meia é um programa revolucionário, porque 480 milhões de crianças estavam desistindo do ensino médio para ajudar no orçamento familiar. Nós já investimos R$ 11 bilhões. E essa menina deixa de abandonar a escola. Essa menina vai se formar. E quando se formar, o Brasil vai ganhar. O pai vai ganhar, a mãe vai ganhar. A indústria vai ganhar, o comércio vai ganhar”, disse.

FOMENTO – O presidente citou ainda que os bancos que mais atuam no fomento produtivo também estão com cifras recordes de financiamento. “Temos recorde de financiamento do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do BNDES, do BNB, do BASA. Criamos a nova indústria Brasil, que tem 547 bilhões de créditos para crescer”, afirmou o presidente.

INSS – Lula enfatizou ainda que foi no governo dele que as autoridades investigaram e trouxeram à tona o esquema que desviava de forma indevida recursos de aposentados e pensionistas.

“Fomos nós que descobrimos a corrupção no INSS, a quadrilha montada para achacar aposentados e pensionistas. Já temos bloqueado R$ 2 bilhões das pessoas que praticaram isso e já distribuímos, já pagamos um bilhão. E vamos pagar todo mundo, porque não é pirotecnia, não é fake news. As coisas têm que acontecer”, registrou. Até esta segunda-feira, 11 de agosto, mais de 1,6 milhão de aposentados já foram ressarcidos, segundo informações do Ministério da Previdência.

Com informações do Planalto.

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