Consciência Negra: livro retrata trajetória de intelectuais negros e negras

Vidas Impressas apresenta histórias de pensadores negras e negros que marcaram a luta por identidade cultural no Brasil
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Obra de Iamara Viana e Flávio Gomes revela trajetória de intelectuais negros/as silenciados / Foto Reprodução

No mês da Consciência Negra, veja dicas de leitura que a reportagem da TVT News destaca para você.

Para saber mais sobre Consciência Negra: dicas de leitura

Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, a Selo Negro Edições lança Vidas Impressas – Intelectuais Negras e Negros na Escravidão e na Liberdade, uma obra que resgata trajetórias inspiradoras de pensadores negros e negras que atuaram no Brasil entre o século XIX e o início do XX. Organizada pelos historiadores Iamara Viana e Flávio Gomes, a coletânea revela contribuições até então silenciadas de intelectuais que, por meio da educação, literatura e medicina, enfrentaram os desafios de seu tempo e ajudaram a construir uma nova visão de cidadania, liberdade e identidade cultural em um país em transformação.

Com 280 páginas, Vidas Impressas reúne artigos que destacam esses pensadores negros/as que produziram literatura, fundaram escolas e desenvolveram ideias pioneiras sobre liberdade, cidadania e exclusão. A obra proporciona ao leitor o contato com biografias e trajetórias até então pouco conhecidas, dando visibilidade a intelectuais que marcaram a luta pela emancipação negra no Brasil. Cada capítulo revela tensões e conflitos na construção de uma nação que buscava se assemelhar aos valores e à estética europeus, mas que também continha resistências de intelectuais negros, que subverteram o apagamento imposto a suas histórias e memórias.

Intelectuais negros

Entre as personalidades trazidas na coletânea estão o médico negro Joaquim Candido Soares de Meirelles, o professor e abolicionista Luiz Gama, a pioneira Maria Firmina dos Reis e o lendário capoeirista Bimba. Cada trajetória é enriquecida com documentos históricos, fotos e referências que complementam essa imersão histórica. Os artigos abordam desde temas como a genealogia e o gênero até a presença da capoeira e a literatura como formas de resistência e expressão.

Os organizadores, ambos com vasta experiência acadêmica, foram essenciais na seleção e organização dos conteúdos.

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Leitura para o Dia da Consciência Negra: lançamento do Selo Negro, da Editora Summus. Crédito: Editora Summus

Iamara Viana, professora da UFRJ e líder do Núcleo de Pesquisas Educação, Corpos, Histórias e Memórias Negra da UERJ, estuda temas como saúde e letramento negro na escravidão e pós-emancipação. Já Flávio Gomes, também professor na UFRJ, possui publicações que analisam escravidão e pós-emancipação nas Américas, contribuindo com uma perspectiva comparada e ampla sobre o tema. Com uma rica seleção de histórias de figuras intelectuais negras e negras, Vidas Impressas é sem dúvida uma leitura indispensável para quem deseja compreender as bases de uma cultura de resistência e o legado desses pensadores na história do Brasil. Mais informações podem ser obtidas no site aqui. O atendimento ao consumidor é feitos pelo telefone (11) 3865-9890.

Dia da Consciência Negra: dicas de leitura

Para celebrar o Dia da Consciência Negra, há muitas obras que retratam a luta das mulheres negras contra o racismo e o machismo. A reportagem da TVT News destaca duas leituras: um romance e uma coletânea de artigos.

  • Veja entrevista sobre o Dia da Consciência Negra

Dica de leitura para o Dia da Consciência Negra: romance

Um defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves (Record). Já considerado pela crítica e pelo público um dos principais livros da literatura brasileira, Um defeito de cor conta a história de Kehinde, desde o sequestro na África até os horrores da escravidão no Brasil. O romance  tem tantos detalhes que você sente o cheiro nauseabundo do navio negreiro e não consegue conter as lágrimas com os crimes que foram cometidos contra os escravizados. O livro inspirou o samba enredo da escola de samba Portela, em 2024.

Dica de leitura para o Dia da Consciência Negra: coletânea de artigos

Por um feminismo afro latino americano, de Lélia Gonzalez (Zahar). Coletânea de artigos escritos por uma das mais importantes intelectuais negras brasileiras, que cunhou o termo feminismo afro-latino-americano. A leitura é fundamental para entender como o machismo e o racismo são estruturais nas sociedades latino-americanas, ainda profundamente marcadas pelas consequências do colonialismo.

Como promover educação antirracista?

O e-book Sequências didáticas para uma educação antirracista nasceu no âmbito do projeto Culturas em Diálogo: Educação e Diversidade, desenvolvido pelo Grupo +Unidos e financiado pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil. O material será lançado no próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, com o propósito de auxiliar educadores da rede pública a trabalharem em prol de uma educação antirracista e inclusiva.

O projeto visa fortalecer a compreensão e o reconhecimento das histórias e culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, reforçando a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatórios esses conteúdos no currículo escolar, e promover um diálogo com o contexto educacional dos EUA. Por meio de uma formação que combina teoria e prática, o projeto ofereceu aos profissionais da educação o suporte necessário para que possam atuar como agentes de transformação, promovendo uma sociedade mais consciente e inclusiva.

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