Lula celebra indicações de Ainda Estou Aqui ao Oscar

"Quanto orgulho!", disse o presidente, destacando as três indicações do filme que retrata a ditadura
lula-celebra-indicacoes-de-ainda-estou-aqui-ao-oscar-turma-de-ainda-estou-aqui-ja-pode-pedir-musica-disse-lula-foto-reproducao-tvt-news
"Turma de Ainda Estou Aqui já pode pedir música", disse Lula. Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou as três indicações do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ao Oscar 2025. Pela primeira vez na história, uma obra brasileira concorre à categoria principal, a de melhor filme. A obra também foi indicada a “Melhor Filme Estrangeiro”, e Fernanda Torres disputará a categoria de “Melhor Atriz”.

Para Lula, a equipe já pode “pedir música”, devido às três indicações obtidas nesta quinta-feira (23). “Quanto orgulho! 🇧🇷 Beijo para Fernanda Torres e Walter Salles.”, celebrou o presidente pelas redes sociais.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também parabenizou a equipe do longa. “Esse filme é um presente para o Brasil, para o povo brasileiro, para o cinema nacional e internacional”, disse ela à CNN.

Do mesmo modo, o perfil do governo brasileiro também enalteceu o feito. “É o Brasil demaaais!”, diz a publicação. “Pode comemorar: nosso cinema está entre os melhores do mundo!”

Fernanda Torres está indicada na categoria de melhor atriz ao lado de Cynthia Erivo (Wicked), Karla Sofía Gascón (Emilia Pérez), Mikey Madison (Anora), Demi Moore (A Substância). Em janeiro, ela ganhou o Globo de Ouro, repetindo o feito da mãe, 25 anos. A indicação ao Oscar também reprisa o feito alcançado por Fernanda Montenegro, com o filme Central do Brasil.

Além disso, elas alcançaram ainda outro feito notável. É a primeira vez em mais de cinco décadas que mãe e filha são indicadas ao Oscar na categoria de Melhor Atriz. Antes delas, Judy Garland (indicada em 1955 e 1962) e sua filha Liza Minnelli, vencedora em 1973, haviam realizado tal proeza.

A Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual Fernanda Torres é uma das “imortais”, também saudou as indicações. “A ABL está em festa por vocês, @fernadatorres e @waltersalles! Aqui, é Brasil!”

Ainda Estou Aqui: Clima de Copa

Logo após à divulgação das indicações, os brasileiros invadiram os perfis da Academia de Cinema para comemorar. O tom de festa, quase em clima de Copa do Mundo, marcou as principais postagens. Confira:

Qual é a história de Ainda Estou Aqui?

Ainda Estou Aqui conta a história da mãe de Marcelo Rubens Paiva, Eunice Paiva, que se tornou ativista política após perder seu marido, Rubens Paiva, para a crueldade da ditadura militar brasileira. A narrativa percorre a relação entre o autor e sua mãe, além de trazer a infância de Marcelo e as questões políticas acerca da morte de seu pai.

O filme é protagonizado por Fernanda Torres como Eunice, e Selton Mello como Rubens Paiva. Fernanda Montenegro também participa da obra, como Eunice, na última fase, já com Alzheimer.

A produção brasileira dirigida por Walter Salles permanece em cartaz nos cinemas brasileiros e já ultrapassou a marca de três milhões de espectadores. A TVT News assistiu e recomenda o filme, mas leve um lencinho para limpar as lágrimas no final da sessão.

Resenha: Ainda Estou Aqui é filme sobre memória e resistência

Dirigido por Walter Salles (de Central do Brasil e Diários de Motocicleta), Ainda Estou Aqui tem no elenco atores de peso como Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, Selton Mello (como Rubens Paiva), além das participações de Marjorie Estiano e da fantástica Fernanda Montenegro, que faz Eunice mais velha e já acometida de Alzheimer.

A participação de Fernanda Montenegro, mesmo curta, dá a Ainda Estou Aqui maior carga sobre o drama da memória. Como se o filme já não emocionasse desde as primeiras cenas.

Com reconstituição impecável do Rio de Janeiro dos anos 70, Ainda Estou Aqui começa com o cotidiano da família de Rubens Paiva em meio às repercussões do sequestro do embaixador suíço pelos grupos de resistência armada à Ditadura Militar.

A trama se desenvolve em três partes: a maior, que mostra a família de Paiva no Rio de Janeiro nos anos 1970; a segunda, conta trajetória de Eunice como defensora dos Direitos Humanos e a terceira, o encerramento, é a que está Fernanda Montenegro e coloca o público diante do debate da memória. 

Assuntos Relacionados