Lula defende soberania, negociação e multilateralismo em reunião ministerial

Presidente também anunciou programa de R$ 40 bilhões para enfrentar tarifas dos EUA
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Lula e ministros durante reunião nesta terça (26). Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo federal realizou a segunda reunião ministerial de 2025 nesta terça-feira (26) no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou temas de soberania nacional e a nova estratégia econômica para enfrentar o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. No mesmo encontro, o governo também anunciou o Programa Brasil Soberano, que destinará R$ 40 bilhões para proteger exportadores e empregos nacionais. Saiba mais na TVT News.

Durante a reunião, Lula reafirmou a política externa do Brasil, destacando a importância da negociação em pé de igualdade. “O Brasil tem uma Constituição e uma legislação, e é a elas que todos que entrarem aqui devem prestar contas. Não seremos submissos a nenhum interesse externo”, disse o presidente.

Brasil enfrenta barreiras comerciais

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, detalhou as tarifas americanas. Segundo ele, 41,3% das exportações brasileiras para os EUA estão livres de taxas adicionais, como aeronaves, suco de laranja e ferro-liga. No entanto, 35,6% dos produtos, como café, carne, pescado e frutas, ainda enfrentam uma tarifa de 50%, consideradas pelo governo brasileiro como “distorções da política regulatória”.

Em resposta, o governo lançou o Programa Brasil Soberano. Com a mobilização de R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do BNDES, o programa oferecerá crédito com juros baixos, ampliando linhas de financiamento, prorrogando suspensão de tributos e facilitando compras de alimentos por órgãos públicos, visando fortalecer setores estratégicos e garantir a competitividade do país no mercado global.

Além disso, Alckmin ainda chefia uma missão comercial ao México para fortalecer laços com a segunda maior economia da América Latina. A comitiva, que inclui representantes dos setores de agricultura, biocombustíveis e indústria, busca ampliar mercados e diversificar parcerias, reduzindo a dependência de grandes economias.

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Lula durante reunião ministerial. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Defesa da governança global

Na mesma reunião, Lula teceu duras críticas a conflitos internacionais. O presidente classificou a situação na Faixa de Gaza como um genocídio, cobrando ação mais efetiva de organismos multilaterais. “Nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para, todo dia mais gente morre, todo dia crianças que estão com fome aparecem na mídia, totalmente esqueléticas atrás de comida, e são assassinadas”, pontuou.

Ele também condenou a guerra entre Rússia e Ucrânia, lamentando que o rearmamento global esteja sendo priorizado em detrimento de investimentos sociais e ambientais.

Em sua fala, Lula defendeu a necessidade de uma reforma na governança mundial, com a ampliação e democratização do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Para ele, os organismos internacionais precisam de capacidade real para intervir em crises e conflitos, garantindo a paz e os direitos humanos.

“É por isso que estamos há muito tempo reivindicando essa questão de mudança na governança da ONU, para que tenha alguém que tenha interferência de parar com um genocídio como esse, de parar uma guerra. É por isso que vamos continuar brigando para que a governança seja repensada, fortalecida com a entrada de muitos outros membros (no Conselho de Segurança)”, reiterou Lula.

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Novo slogan do Governo Federal

Governo muda slogan para “Do lado do povo brasileiro”

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotará um novo slogan para apresentar as ações e fortalecer a comunicação. A partir da semana que vem, as peças publicitárias trarão a frase “Do lado do povo brasileiro” no lugar de “União e Reconstrução”, slogan adotado no início do governo.

Dentro do governo, há um entendimento de que a etapa de “união e reconstrução” do país já foi cumprida e o novo slogan sinaliza as ações para reta final do mandato, focadas em defender a soberania, buscar justiça social e “cuidar das pessoas”.

Com informações do Planalto e Agência Brasil

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