O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta quarta-feira (28) o economista Gabriel Galípolo, de 42 anos, para a presidência do Banco Central (BC). Ele ocupa, atualmente, o cargo de diretor de política monetária do BC. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O presidente me encarregou de anunciar que hoje indicará o Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central”, disse Haddad. Ele afirmou ainda que outros três nomes de diretores do BC serão enviados “oportunamente”.
Haddad afirmou que Lula conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para decidir a melhor data para realizar a sabatina de Galípolo. “Tentei falar com Pacheco agora há pouco, mas não consegui. Saindo daqui vou ligar para ele. Lula já vinha conversando com ele sobre isso. Vamos respeitar a institucionalidade da casa”, disse o ministro.
Se passar pelo crivo do Senado, Galípolo assumirá a chefia do BC no lugar de Roberto Campos Neto, que deixará o cargo no fim do ano. No primeiro pronunciamento após a indicação, Galípolo afirmou que a indicação é “uma honra, um prazer e uma imensa responsabilidade”.
“A indicação ainda depende da aprovação do Senado, então vou ser breve para respeitar a institucionalidade. Mas quero dizer que, na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do BC pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma honra enorme, uma grande responsabilidade e estou muito contente”, disse ele.
Quem é Galípolo
Indicado para comandar o BC, Galípolo tem 42 anos e se formou em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). É mestre em Economia Política pela mesma instituição, na qual também lecionou na graduação. Também deu aulas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp). Posteriormente, ocupou cargos na área econômica no governo José Serra (PSDB), em São Paulo.
Além disso, passou pelo setor privado, comandando por quatro anos o Banco Fator. Em 2009, fundou a Galípolo Consultoria, onde trabalhava até chegar ao Ministério da Fazenda. No ministério, ocupou a função de secretário-executivo, atuando como braço direito de Haddad.
Como diretor de Política Monetária, função que assumiu em julho do ano passado, Galípolo acabou votando junto com Campos Neto, nas recentes decisões que mantiveram a Selic – a taxa básica de juros – em 10,50% ao ano. Nesse sentido, as altas taxas de juros motivaram sucessivas críticas de Lula à gestão de Campos Neto – indicado por Bolsonaro em 2018 – no comando do BC.