Lula promete solução para baratear alimentos

"Comida barata na mesa do trabalhador é uma coisa que nós estamos perseguindo"
Lula atribuiu inflação dos alimentos a alta do dólar e BC "totalmente irresponsável". Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que o seu governo trabalha intensamente para diminuir os preços dos alimentos no Brasil. Veja em TVT News.

Dentre as iniciativas, disse que vai se reunir com representantes dos setores de que estão com preços elevados para discutir uma solução de como combater a inflação dos alimentos. “Vamos encontrar uma solução”, frisou ele, em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia.

“Nós estamos trabalhando, conversando com empresários, utilizando muito a competência da Fazenda, a competência do Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para que a gente encontre uma solução sobre como reduzir o preço”, explicou.

“Nós estamos trabalhando com muito afinco. Na semana que vem eu vou ter uma reunião com os produtores de carne desse país. Vou ter com os produtores de arroz. Ou seja: vou ter com todos os segmentos para saber como é que a gente faz para fazer com que os preços sejam compatíveis com a necessidade de compra do povo brasileiro. Comida barata na mesa do trabalhador é uma coisa que nós estamos perseguindo. E eu tenho toda a certeza do mundo de que, da mesma forma que nós fizemos isso no primeiro ano, nós vamos fazer isso daqui para frente”, acrescentou.

Ele disse que a alta dos alimentos se devem a fatores como o aumento do dólar e a “um Banco Central totalmente irresponsável, que deixou uma arapuca que a gente não pôde desmontar de uma hora para outra”. Até porque, segundo ele, “não se pode dar um cavalo de pau em um navio do tamanho do Brasil” porque “em um mar revolto ele pode tombar”.

Ele afirmou que, com a abertura de 303 novos mercados para os produtos brasileiros – em sua maioria no setor de alimentos – será possível produzir mais e com melhor qualidade, e que isso possibilitará o barateamento dos preços.

“Eu não posso fazer congelamento nem colocar fiscal em fazendas (para ver se há alimentos guardados). O que estamos fazendo é chamar os empresários para conversarem com todo setor e ver o que podemos fazer para garantir que a cesta básica do povo brasileiro caiba dentro do orçamento”, acrescentou ao lembrar que a alta do dólar, outro fator que influencia preços, já está sendo revertida.

O presidente aposta ainda na “sabedoria do ser humano” no combate à inflação dos alimentos, sugerindo que a população deixe de comprar “aquilo que está exagerado o preço”. Segundo ele, se o povo deixar de adquirir um determinado produto, o comerciante terá que baixar o preço, caso contrário o produto irá estragar.

“Se você vai ao supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tivesse consciência e não comprasse o que acha que está caro, quem tá vendendo vai ter que baixar pra vender se não vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano. Eu não posso comprar aquilo que eu acho que está exagerado o preço, então eu deixo na prateleira, não vou comprar, compro amanhã, compro outra coisa, compro um similar. Então é um processo educacional para o povo brasileiro”, disse.

Além dos alimentos, regulação alimentos sociais

Durante a entrevista, Lula voltou a defender que o Congresso Nacional arque com o desafio de estabelecer regulação das redes sociais no Brasil. Segundo ele, as plataformas digitais estão sendo usadas para “canalhices” e para “bagunçar” a economia do país.

“O digital não tem lei. Os caras acham que podem fazer o que quiser, provocar, xingar, incentivar morte, incentivar promiscuidade das pessoas, e não tem nada para punir. Não é possível que um cidadão acha que pode interferir na cultura da China, do Brasil, da Rússia, da Venezuela, da Argentina. Não pode. O nosso Congresso Nacional tem responsabilidade e vai ter que colocar isso para regular. E se não for o caso a Suprema Corte vai ter que regular”, afirmou.

Segundo o presidente, é preciso moralizar o ambiente virtual. “Todo mundo tem direito à liberdade de expressão, mas não é usar meio de comunicação para canalhice, para mentir, para fazer provocação. Não é possível. É preciso que haja seriedade. Sou daqueles que defendem a regulação. Ninguém quer proibir liberdade de expressão. Quanto mais liberdade de expressão, mais responsabilidade de expressão.”

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Lula concedeu entrevista na Residência oficial da Granja do Torto. Foto: Ricardo Stuckert/PF

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