Lula resgata conquistas de Haddad e vê 2025 de crescimento

Presidente elogiou Haddad por reforma tributária, arcabouço e PEC da Transição. Ele também disse confiar em Galípolo. Confira
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Lula defendeu a necessidade de paciência com a política monetária e mostrou confiança no presidente do Banco Central. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em uma entrevista concedida hoje (30), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre os desafios e avanços de seu governo, destacando a necessidade de reduzir juros, o papel fundamental da democracia e as perspectivas para a economia brasileira. Com seu discurso afiado e gentil com os preofissionais, Lula rebateu críticas, reforçou sua confiança no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e projetou um 2025 de crescimento e “colheita” de resultados.

Lula, juros e inflação

O presidente defendeu a necessidade de paciência com a política monetária e mostrou confiança no presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. “Sei que o presidente do BC não pode dar um cavalo de pau em mar revolto”, disse, ressaltando que não esperava milagres na redução da taxa de juros. No entanto, ele cobrou um patamar mais baixo para estimular a economia, gerar empregos e distribuir riqueza.

Sobre a inflação, Lula demonstrou preocupação com a alta nos preços dos alimentos e afirmou que o governo está trabalhando para aumentar a produção e evitar medidas que possam criar mercados paralelos. “Precisamos de mais financiamento e modernização para que a pequena e média agricultura produzam mais”, afirmou.

Kassab, Haddad e 2026

Ao comentar as críticas feitas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, sobre sua popularidade e a gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Lula reagiu com ironia. “Eu ri. Ele disse que eu perderia a eleição se fosse hoje, mas olhei o calendário e fiquei tranquilo: não tem eleição agora”. Ele ainda fez uma comparação com futebol. “É a mesma coisa que alguém falar que o Corinthians vai perder o campeonato de 2026”.

Lula reforçou sua confiança em Haddad, lembrando que ele foi essencial na aprovação da PEC da Transição, do arcabouço fiscal e da reforma tributária. Para ele, “Haddad é um ministro extraordinário” e sua atuação à frente da economia fortalece a capacidade de investimento do Brasil.

Entre os destaques com Haddad, Lula citou feitos do ministro como articulista junto ao Congresso. “Posso não gostar pessoalmente de uma pessoa. Mas não reconhecer que Haddad começou o governo coordenando a PEC da Transição porque não tínhamos dinheiro para governar. Conseguimos em um Parlamento adverso aprovar a PEC que permitiu termos dinheiro, pagarmos dívidas do governo passado e fizemos investimentos em Educação, Bolsa Família”, disse.

“Depois disso o Haddad comandou algo que o mundo e o Brasil vão agradecer: a reforma tributária. Jamais houve uma reforma feita em regime democrático. Uma política tributária aprovada com o Congresso funcionando da forma mais independente. Senado independente, imprensa criticando a vontade. Organizações livres. Conseguimos uma proeza, um milagre. A reforma entrará em vigor em 2027 para que o Brasil seja mais atrativo para investimentos”, completou.

Eleições 2026

Sobre as eleições de 2026, Lula evitou previsões e disse que seu foco é garantir um 2025 produtivo. “Meu problema é fazer com que 2025 seja o ano da melhor colheita política desse país”.

“Não tive apoio de muitos partidos nas eleições. Muita gente achava que não teria condição de governar porque os partidos contrários a mim eram maioria no Congresso. Éramos poucos. Mas foi o momento em que aprovamos mais projetos de lei e medidas provisórias. Uma demonstração de capacidade de conversa, articulação, de ceder no que podemos. Assim funciona uma democracia”, disse.

Então, Lula disse estar confiante nos resultados, e que estes devem reverberar nas eleições de 2026. “Não vamos antecipar dois anos (…) Meu problema é fazer com que 2025 seja o ano da melhor colheita política desse país. Melhor política de obras públicas, Melhor colheita em todas as áreas. A imprensa vai participar disso da forma mais extraordinária. O que estamos fazendo na Educação, nos Transportes. Em dois anos fizemos o dobro do que os quatro do governo passado. Vamos fazer 41 licitações para consertar estradas contra 6 feitas em quatro anos do governo anterior”.

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