Lula visita Rússia e China em recado simbólico da força do BRICS

Participar dos 80 anos do Dia da Vitória e fechar 16 acordos com a China tem impacto internacional em meio à guerra tarifária
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Embarque de Lula aconteceu na terça-feira (6), nesse período Alckmin exerce funções presidenciais. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula chega para viagem a Rússia e nesta quarta-feira (7). Ao país comandado por Vladimir Putin, a missão é participar das comemorações do Dia da Vitória. Depois vai para a China, as nações devem fechar acordos comerciais em terceiro encontro entre os líderes. Saiba mais na TVT News.

Ida de Lula para a Rússia

A convite do presidente Vladimir Putin, o brasileiro participará das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial

É o feriado mais importante da Rússia, que ocorre no dia 9 de maio, com um grandioso desfile cívico-militar em Moscou. Ambos os presidentes também manterão reunião bilateral durante a visita, entre 8 e 10 de maio, em que está previsto a assinatura de atos na área de Ciência e Tecnologia.

“O Brasil é um país que busca paz, que tem um diálogo com a Rússia em vários assuntos. Tem uma relação comercial importante com a Rússia de produtos do agronegócio, e queremos equilibrar nossa balança comercial”, destacou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores.

Ao jornal TVT News Primeira Edição, o cientista político Carlito Neto, disse “ida do Lula à Rússia junto aos líderes do BRICS mostra um recado do Putin para o Zelensky [presidente da Ucrânia, que está em guerra com a Rússia], para o Trump [presidente dos Estados Unidos]”. Ele aponta o fortalecimento dos laços do bloco econômico.

O especialista ainda aponta que o Lula é um político conciliador e que quer resolver os conflitos em negociações. “Ele está querendo, apesar da ironias do Zelensky, procurar um caminho melhor para a Ucrânia do que o apontado pelo Trump”, complementa.

Além da paz mundial e o fim de conflitos armados, o encontro do presidente brasileira com Putin deve abrir espaço para discutir equilíbrio comercial e defesa do multilateralismo diante da guerra tarifária imposta pelo presidente Donald Trump.

Na China

Na sequência, Lula segue para China, onde cumprirá agendas nos dias 12 e 13 de maio. A visita de Lula ao país asiático ocorrerá no contexto da Cúpula entre China e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

A China é o país que tem travado com maior intensidade uma guerra tarifária contra as medidas de Trump. Os EUA revidaram colocando imposto de importação de 245% em alguns produtos chineses. Já a China colocou alíquota de 125%.

Em meios aos conflitos alfandegários, Brasil e China se reúnem para defender o multilateralismo. Também deve ser anunciado 16 acordos bilaterais. Esse é o terceiro encontro entre os líderes desde o início do governo Lula.

Na última década, o Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) se consolidou como um mecanismo importante para aumentar a confiança mútua política entre os países, alinhar estratégias de desenvolvimento e promover a conectividade entre a China e os países da América Latina e Caribe.

Com a crescente relevância da China no cenário global e o interesse dos países da CELAC em diversificar suas parcerias, o Fórum se consolida como uma ponte estratégica para fortalecer a integração e o progresso mútuo.

“Preciso ressaltar a importância da CELAC para o Brasil e a importância que o presidente Lula atribui à integração regional, tanto que o primeiro ato internacional de seu governo foi exatamente participar da Cúpula em Buenos Aires, em 2023, e retornar à CELAC, da qual havíamos saído em 2019. Então é o momento de dialogar com grandes potências, países e grupos que a CELAC mantém, sem esquecer que a CELAC é o único organismo de integração que reúne os 33 países em desenvolvimento da América Latina e do Caribe”, destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.

Segundo Gisela, estão sendo formulados uma declaração conjunta e o Plano de Ação para o Triênio 2025-2027.

“São vários temas de interesse do Brasil, como economia digital, conectividade, gestão de riscos de desastres, mas também comércio e investimento, saúde, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia e transição energética. Então é um fórum ao qual o Brasil atribui enorme importância”, registrou.

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