Luminárias japonesas são removidas da rua que abriga a Capela dos Aflitos, na Liberdade

Medida foi tomada pela prefeitura de São Paulo após pressão de organização
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Luminárias suzaranto que foram retiradas da Rua dos Aflitos. Foto: Elielton Ribeiro Rodrigues/Wikimedia Commons

Seis luminárias japonesas foram retiradas pela Prefeitura de São Paulo da Rua dos Aflitos, na Liberdade, na última segunda-feira (18). As luminárias que obstruíam a visão da Capela dos Aflitos, sediada no fim da rua, foram trocadas por postes com luzes de LED. 

A decisão pela remoção é fruto da luta incessante de movimentos negros e indígenas que se unem à Unamca (União dos Amigos da Capela dos Aflitos), associação que busca a valorização da memória do povo negro e indígena que habitava a região da Liberdade antes da imigração japonesa ocorrida por volta de 1908. 

A Capela dos Aflitos e o Cemitério dos Aflitos

A Capela da Nossa Senhora dos Aflitos é o último resquício do Cemitério dos Aflitos, que tomava uma quadra ao lado da igreja. 

Primeiro cemitério público da cidade, o Cemitério dos Aflitos abrigava os corpos de pobres, escravizados e indígenas, além dos condenados à morte que eram enforcados no Largo da Forca próximo ao local. 

Desativado em 1858 com a inauguração do Cemitério da Consolação, a área do Cemitério dos Aflitos foi para loteamento, soterrando os túmulos com casas e empreendimentos. Mais de 100 anos depois, na década de 1970, as lanternas suzuranto foram instaladas pelas ruas do bairro. 

Mesmo tendo sido tombada patrimônio histórico de São Paulo em 1978, a Capela dos Aflitos sofre com problemas na sua estrutura e o descaso do poder público, que só aprovou o restauro do templo em 2023. 

Já com as luminárias removidas, agora é possível observar a Capela dos Aflitos da Rua dos Estudantes, via movimentada da Liberdade. Foto: Museu dos Aflitos/Instagram

A Unamca continua reforçando a importância da revitalização da capela e a construção do Memorial dos Aflitos, demanda do movimento que visa homenagear a história da população negra e indígena que habitava a região. “Essa é uma conquista importante, mas não é a única necessária. Os movimentos da sociedade civil […] seguem em luta”, declarou a associação em seu perfil do Instagram.

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