Em 14 de março se completam sete anos do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Luyara Franco, filha de Marielle, segue o legado da mãe, na luta pelos direitos humanos. Em memória aos sete anos sem Marielle, Luyara Franco participou do programa Juca Kfouri Entrevista, que vai ao ar pela TVT na quinta, dia 13. Veja mais sobre a entrevista de Luyara na TVT News.
Luyara Franco no Juca Kfouri Entrevista
Luyara Franco é conselheira fundadora e diretora de Legado do Instituto Marielle Franco. Formada em educação física pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Atua na preservação do legado e memória de sua mãe, Marielle Franco.
Luyara foi a convidada do programa Juca Kfouri Entrevista que vai ao ar pela TVT, canal digital 44.1 nesta quinta, dia 13, como homenagem à memória de Marielle.
No programa, Luyara Franco falou sobre a participação, em Nova Iorque, da 69ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU.
Ela contou também sobre o trabalho do Instituto Marielle Franco, que, em parceria com o Fundo Agbara e Criola, promove o evento “o papel das mulheres na defesa da democracia na América Latina”, buscando ampliar e aprofundar o debate sobre o tema, assim como pontuar a importância da liderança feminina na luta por justiça.

- Veja a chamada para o programa Juca Kfouri Entrevista
Março por Marielle e Anderson: mês de luta, memória e justiça
Em março, o Instituto Marielle Franco realiza uma série de atividades para marcar os sete anos dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, reforçando a luta pela justiça, democracia e direitos humanos. Este mês será de intensa programação, com eventos que visam manter viva a memória de Marielle e Anderson, além de dar visibilidade à luta incansável por respostas e transformação.

Confira a programação de março do Instituto Marielle Franco
Em março, o Instituto Marielle Franco realiza uma série de atividades para marcar os sete anos dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, reforçando a luta pela justiça, democracia e direitos humanos. Este mês será de intensa programação, com eventos que visam manter viva a memória de Marielle e Anderson, além de dar visibilidade à luta incansável por respostas e transformação.
- 14 de março – Missa em Memória de Marielle Franco
9h – Igreja Nossa Senhora do Parto | R. Rodrigo Silva, 7 – Centro, Rio de Janeiro
O principal evento do dia será a missa em memória de Marielle Franco. O evento será precedido de uma caminhada e um quebra-queixo com jornalistas. Além da família de Marielle Franco e público em geral, participarão autoridades políticas, defensores dos direitos humanos, representantes de movimentos sociais e organizações da sociedade civil. A missa é um momento de reflexão e solidariedade, e reforça a importância de continuar a luta pela memória e justiça. - 14 de março – Festival Justiça por Marielle e Anderson
17h às 23h | Praça da Pira Olímpica (ao lado do CCBB) – Centro, Rio de Janeiro
Em uma celebração de resistência e memória, o Festival Justiça por Marielle e Anderson 2025 oferecerá shows e apresentações gratuitas, espaço Coruja Recreativo para crianças, feira gastronômica, oficina de bordados, além do Espaço Justiça por Marielle e Anderson, uma sessão interativa, com exposição de fotos da memória das vítimas. O festival tem entrada gratuita e contará com a presença das famílias, amigos e convidados de Marielle e Anderson Gomes.
- 15 de março – Lançamento do Livro Infantil “A História de Marielle Franco”
10h | Livraria Leonardo da Vinci: Avenida Rio Branco, 185-subsolo-1, Centro, Rio de Janeiro
O Instituto Marielle Franco, junto com a Editora Astral Cultura, promove o lançamento do livro infantil “A História de Marielle Franco”, de autoria da professora Pamella Passos, comadre e pesquisadora de Marielle. A obra, com 80 páginas, é voltada para crianças e apresenta um olhar sobre a infância de Marielle na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, além de sua trajetória como ativista, mãe e política. O livro busca inspirar novas gerações a lutar por igualdade social e direitos.
Quais são os objetivos do Instituto Marielle Franco?
A luta por justiça e a memória de Marielle e Anderson continuam mais vivas do que nunca. Embora os executores do crime tenham sido finalmente condenados, a pergunta que ecoa é: quem mandou matar Marielle e Anderson e por quê? Esta questão, que permanece sem resposta, representa o clamor por justiça, não só pelo caso de Marielle e Anderson, mas também para que se enfrentem às estruturas de violência, impunidade e racismo que ainda marcam nossa sociedade.
O Instituto Marielle Franco reforça que a transformação social só será possível com a participação ativa de todos. A justiça só será alcançada quando todos os responsáveis – não apenas os executores, mas também os mandantes – forem identificados e responsabilizados.
Para lembrar sobre Marielle Franco
Ronnie e Élcio foram condenados por assassinar Marielle e Anderson
Assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31), pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias. Élcio, a 59 anos, 8 meses e 10 dias.
O júri entendeu que eles são culpados de três crimes: duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves (assessora de Marielle) e receptação do veículo usado no crime. Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março de 2018.
Os dois réus também foram condenados a pagar uma pensão para o filho de Anderson, Arthur, até ele completar 24 anos. E pagar, juntos, R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur, Ághata, Luyara, Mônica e Marinete.

Na leitura da sentença, a juíza Lúcia Glioche destacou que nenhuma condenação serviria para tranquilizar as famílias, mas era uma resposta importante à perspectiva de impunidade dos criminosos.
“A justiça por vezes é lenta, é cega é burra, é injusta, é errada, é torta. Mas ela chega. Mesmo para acusados que acham que jamais vão ser atingidos. A justiça chega aos culpados e tira o bem mais importante deles, depois da vida, que é a liberdade”, disse a juíza.
Ronnie e Élcio estão presos desde 12 de março de 2019. Eles fecharam acordo de delação premiada. Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e deputado federal. O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, é acusado de ter prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março deste ano.

Por causa do foro, há um processo paralelo no Supremo Tribunal Federal (STF) que julga os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. Também são réus no processo o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que teria ajudado a se livrar da arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle.
A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.
Conselho de Ética aprovou cassação do deputado Chiquinho Brazão
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, em agosto de 2023, por 15 votos favoráveis, um voto contrário e uma abstenção, o parecer que pede a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O único voto contrário foi o do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e a abstenção foi do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).
A defesa do deputado tem cinco dias úteis para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Para perder o mandato, o parecer ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Casa.
A cassação de Chiquinho Brazão foi defendida inclusive por parlamentares que votaram pela soltura do parlamentar, quando ele foi preso em março desde ano acusado de obstrução da Justiça. “O Parlamento está acertando, fazendo o seu papel e mostrando à sociedade brasileira que não compactuamos com qualquer tipo de conduta que quebre o decoro parlamentar”, disse o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
O que aconteceu em 14 de março de 2018
Em 14 de março de 2018, a vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada a tiros no centro do Rio de Janeiro, junto com o motorista Anderson Gomes. Depois de diversas reviravoltas na investigação desse homicídio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra os supostos mandantes.
Além do deputado Chiquinho Brazão, foram denunciados como mandates o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro; e o ex-chefe da Polícia Civil do estado, Rivaldo Barbosa.
Em depoimento ao STF, o delegado do caso, Guilhermo de Paula Machado Catramby, da Polícia Federal (PF), afirmou que a atuação de Marielle contra um projeto de lei sobre a regularização fundiária na zona oeste contrariou os interesses políticos e econômicos de Brazão na região, motivo pelo qual eles decidiram matá-la. Marielle desejava destinar essas áreas para a moradia popular.
A colega de partido de Marielle, a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP), chorou ao falar do assassinato da vereadora e destacou a expansão das milícias no Rio de Janeiro.
“Era uma parlamentar exemplar, que teve um legado fundamental para as mulheres brasileiras”, acrescentando que ela atuava “em defesa das pessoas mais vulneráveis, e que foi assassinada de forma brutal, junto com seu motorista, por um desses grupos perigosíssimos, criminosos, que atuam no Rio de Janeiro. E que só atuam, só têm força, porque têm relações profundas com autoridades políticas no nosso país, que estão nas câmaras municipais, estaduais, federais, estão no Tribunal de Contas, estão na Polícia e estão no Judiciário”, desabafou.
