“Cada passo é muito importante”, diz Macaé Evaristo sobre aprovação do ECA Digital

Iniciativa é considerada um marco histórico para proteção de crianças e adolescentes
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Ministra destaca que a nova legislação atualiza o Estatuto da Criança e do Adolescente para a era digital. Foto: Diego Campos/Secom

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou no programa Bom Dia, Ministra da quarta-feira (3), que a aprovação do ECA Digital pelo Congresso Nacional representa um marco histórico para a proteção de crianças e adolescentes no ambiente online. Saiba os detalhes na TVT News.

“É uma conquista muito grande para o Brasil. Estávamos passando por um momento em que o ambiente digital estava se comportando como se estivesse acima da legislação nacional. Isso é muito complexo e perigoso quando a gente está tratando de crianças e adolescentes”, disse a ministra.

O Projeto de Lei aprovado pela Câmara e pelo Senado estabelece regras para proteger crianças e adolescentes também no ambiente digital. A medida é um marco inédito no mundo, com ampla participação de representantes da sociedade civil, de especialistas e das plataformas digitais. Com a iniciativa, o Brasil assume papel de liderança global na proteção da infância na internet.

Responsabilidade

A titular do ministério explicou que, pela primeira vez, a legislação estabelece de forma clara a responsabilidade das plataformas em prevenir abusos e retirar conteúdos impróprios assim que identificados.

“É um avanço importante porque pela primeira vez a gente consegue dizer numa proposta legislativa que a plataforma é responsável, que tem de fazer a prevenção e que ela mesma é obrigada a retirar o conteúdo quando sabe que é impróprio. Estamos só começando. Temos ainda muito o que fazer nesse debate de regulação. Cada passo que a gente dá é muito importante”, afirmou.

Contextos

Ela lembrou que o Estatuto da Criança e do Adolescente foi criado em um contexto muito diferente do mundo digital atual, na década de 90, e era urgente atualizar o marco legislativo. “Essa preocupação já tinha sido trabalhada no âmbito do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que chegou a produzir uma resolução sobre proteção no ambiente digital. Mas a gente precisava de um aprimoramento dos nossos marcos legislativos, porque o ambiente digital de hoje está muito distante do que a gente poderia imaginar quando foi construído o Estatuto da Criança e do Adolescente”, reiterou Macaé.

Proteção

As medidas previstas pelo ECA Digital buscam garantir que crianças e adolescentes estejam protegidos dos riscos digitais aos quais estão expostos diariamente em redes sociais, jogos e plataformas online. O objetivo é evitar a adultização precoce, o uso comercial indevido de dados pessoais e a exposição a conteúdos nocivos. As medidas complementam o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e legislações já vigentes, como o Marco Civil da Internet e a Lei do Cyberbullying, consolidando um arcabouço jurídico robusto de proteção infantojuvenil.

“A nova legislação traz alguns dados importantes. Primeiro, as plataformas têm que obrigatoriamente fazer uma verificação etária e nenhuma conta pode ser criada por menor de 16 anos se não tiver um CPF de um maior de 18 anos responsável por aquela conta. Outra coisa importante é a proteção dos dados das crianças na questão comercial e publicitária. A gente tem uma preocupação com o vazamento de dados e de informação”, ressaltou a ministra.

Remoção

Além disso, Macaé Evaristo destacou a proteção dos dados de crianças contra usos comerciais e publicitários e a determinação de remoção imediata de conteúdos ilegais. Para Macaé, essas medidas evitam que violações continuem a ocorrer enquanto tramitam ações na Justiça.

“Muitas vezes você tinha um conteúdo que é ilegal, que coloca a criança em situação vexatória, e você precisava passar por um processo longo de judicialização antes que aquele conteúdo fosse tirado da rede”, disse a ministra.

Participativo

O processo de construção do ECA Digital foi amplamente participativo, com contribuições de especialistas, organizações da sociedade civil, academia, plataformas digitais e órgãos de governo, o que fortalece a legitimidade do texto e consolida o compromisso de não deixar nenhuma infância para trás na era digital.

Com Agência Gov

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