A pesquisa mais recente da Quaest, conduzida após o julgamento do ex-presidente condenado Jair Bolsonaro, revela que a maioria dos brasileiros acredita que houve uma tentativa de golpe de Estado no país e que Bolsonaro teve participação ativa na trama. No entanto, o levantamento também aponta que a população está dividida em relação à sentença de prisão e mostra um crescente apoio ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entenda na TVT News.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas em entrevistas presenciais entre os dias 12 e 14 de setembro de 2025, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.
Percepção sobre o golpe e condenação dos réus
Os dados mostram um aumento na crença de que a democracia esteve sob ameaça. 55% dos entrevistados afirmam que houve uma tentativa de golpe, um número que cresceu em comparação a levantamentos anteriores. Em linha com essa percepção, 54% dos brasileiros acreditam que o ex-presidente participou do plano golpista, enquanto apenas 34% o isentam de envolvimento.
Apesar da ampla convicção sobre o golpe e a participação de Bolsonaro, a opinião se divide sobre a pena de 27 anos e 3 meses imposta a ele. A Quaest aponta um empate técnico entre aqueles que consideram a sentença “exagerada” (49%) e os que a veem como “adequada” (35%) ou “insuficiente” (12%). A soma dos que apoiam a punição chega a 47%, dentro da margem de erro.

Apoio ao STF e rejeição a anistia
O processo judicial parece ter impactado a percepção pública sobre o STF. A ideia de que o julgamento de Bolsonaro foi imparcial cresceu, atingindo 42% dos entrevistados, enquanto a percepção de perseguição política diminuiu para 47%. O levantamento também indica uma mudança na visão sobre o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. 52% dos brasileiros agora se opõem ao seu impeachment, um aumento significativo em relação a pesquisas passadas.
Em outro ponto, a proposta de anistiar os condenados pela tentativa de golpe encontra mais resistência do que apoio. 41% da população é contrária à medida, enquanto 36% são favoráveis. A rejeição é maior no Nordeste (44%), enquanto o Sul e as regiões Centro-Oeste/Norte são as mais favoráveis (42% em cada).

Estabilidade na popularidade de Lula
A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permaneceu estável em relação ao mês anterior. Sua aprovação se mantém em 46% e a desaprovação em 51%. A análise da Quaest sugere que o julgamento de Bolsonaro não alterou o cenário político para Lula, mas fortaleceu a imagem do ministro Alexandre de Moraes. A aprovação de Lula é mais forte no Nordeste e entre pessoas com menor escolaridade, enquanto sua desaprovação é mais alta no Sul e entre aqueles com Ensino Médio ou Superior.
Quaest: maioria é contra anistia a Bolsonaro por tentativa de golpe
Uma pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (16) indica que a maior parte dos brasileiros são contra a possibilidade de anistia para Jair Bolsonaro, líder da organização criminosa que planejou um golpe de Estado após a eleição de 2022. Dos 2.004 entrevistados, 41% são contra a anistia para qualquer pessoa e 10%, a favor da anistia apenas para os golpistas do 8 de janeiro, excluindo o ex-presidente. Saiba mais em TVT News.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos, 3 meses e 124 dias-multa pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Um projeto de impunidade aos golpistas está sendo articulado pela oposição no Congresso para que os golpistas sejam anistiados.
A pesquisa Quaest mostra que a minoria (36%) é favorável à anistia para todos, incluindo Bolsonaro, e 13% não souberam responder. Uma pesquisa Datafolha divulgada no domingo (14) havia revelado que 54% da população rejeita a anistia para livrar os condenados do 8 de janeiro e Bolsonaro das penas. A Quaest igualmente indicou que a maioria (41%) é contra a impunidade.

Quaest: qual a sua opinião sobre a possibilidade de anistia?
- Contra a anistia: 41%;
- A favor da anistia para todos, incluindo Bolsonaro: 36%;
- A favor da anistia apenas para os manifestantes do 8 de janeiro: 10%;
- Não sabem/não responderam: 13%.
Os recortes dos dados divulgados pela Quaesta na terça (16) revelam que a maioria contrária a anistia é composta por eleitores do Nordeste, que recebem até dois salários mínimos, católicos e lulistas ou de esquerda não lulistas. Já quem é a favor da impunidade, são eleitores do Sul e do Centro-Oeste, com renda acima de cinco salários mínimos e que são bolsonaristas ou de direita não bolsonarista.
As mulheres são mais contrárias à impunidade (40%), enquanto 32% são a favor e 9% defendem a anistia limitada aos participantes do 8 de janeiro. Entre os homens, há empate técnico no grupo que rechaça a anistia (42%) e quem defende (40%). São 10% os que defendem perdão para os golpistas que invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 2023.
