“Marçal faz o que o MBL faz. Mas quando era só contra a esquerda, não havia problema”

Para o historiador Fernando Horta, mentiras de Pablo Marçal sempre existiram nas ações do MBL. Contudo, contra a esquerda não havia problema
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"Marçal dá golpes na internet, profissionalmente, há anos. A grande questão é que os alvos eram só de esquerda, como Lula"

O historiador Fernando Horta avaliou a ausência dos candidatos Guilherme Boulos (Psol), Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB) em debate promovido hoje (19) pela revista Veja. O não comparecimento deles tem relação com a postura do coach Pablo Marçal. Em encontros anteriores, o radical de extrema direita ofendeu os demais colegas com uma série de mentiras que, inclusive, rendeu até o momento duas condenações a retratação a Boulos. Para Horta, Marçal “faz exatamente o que o Movimento Brasil livre (MBL) fazia lá atrás”.

Marçal: golpista profissional

Contudo, o cenário agora tem algumas diferenças. “Enquanto isso era só contra candidatos de esquerda, ninguém via problema. Marçal faz exatamente o que o Padre Kelmon fez na última eleição. Mas agora, pegaram um profissional. Marçal dá golpes na internet, profissionalmente, há anos. A grande questão é que os alvos eram só de esquerda, como Lula, Gleisi Hoffmann, Maria do Rosário. Quando eles falavam, a imprensa não dizia nada, como se fosse ‘mimimi’ de campanha”, disse o historiador, em conversa com a apresentadora Talita Galli, do Bom Para Todos.

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Avaliação política

O cientista político professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) Paulo Niccoli também participou do Bom Para Todos. Em pauta, temas relacionados à geopolítica. Particularmente, constatação da ONU de que 2023 foi o mais sangrentro para defensores de direitos humanos. Estes números exagerados possuem relação com o massacre de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza. O exército sionista ataca civis indiscriminadamente tendo, inclusive, como alvos, jornalistas, escolas, abrigos, hospitais e estruturas de entidades como a própria ONU.

“Muitos funcionários da ONU, pessoas que prestam assistência para pessoas desoladas que passam fome e miséria, funcionários de organizações internacionais. É um verdadeiro massacre que mata inocentes. Se o objetivo era acabar com o Hamas, apenas justifica um genocídio contra a população palestina. Crianças, mães, que tentam viver suas vidas. Nesse miolo de inocentes mortos, muitas pessoas que agem com a melhor das intenções, que prestam serviço social, são vítimas também. E a perspectiva é cada vez pior”, conclui.

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