Nesta quinta-feira (21), o braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, será ouvido novamente por Alexandre de Moraes após a Polícia Federal (PF) apontar omissões e contradições nos depoimentos anteriores. A delação premiada, que garantiu a liberdade de Cid, pode ser revogada e o tenente-coronel ir preso novamente.
Na última terça-feira (19), Cid depôs à PF negando ter conhecimento de qualquer plano para um golpe de Estado que previa matar Lula, Alckmin e Moraes, em dezembro de 2022. Na mesma data, quatro militares (o general de brigada da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira) e um agente da PF foram presos acusados de planejarem o ataque golpista e homicida intitulado “Punhal Verde e Amarelo”.
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Segundo a PF, foram recuperados dados apagados de um computador de Cid que demonstra conversas com Mario Fernandes sobre ações golpistas. Os materiais recuperados sustentam a alegação de que o depoimento de Mauro Cid apresenta omissões de informações cruciais para as investigações.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi o responsável por fechar a delação premiada com Cid. Na condição de delator, o braço direito de Bolsonaro deveria dizer a verdade aos investigadores. Nessas condições, o magistrado será quem definirá se de fato houve ou não descumprimento do acordo pela parte do tenente-coronel.
“Em virtude das contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal na PET 13.236, designo a realização de audiência para oitiva de Mauro Cid no dia 21/11/2024, às 14h, na sala de audiências do STF, para esclarecimentos relacionados aos termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade)”, escreveu o magistrado.
Caso o ministro considere que Mauro Cid não cumpriu devidamente com as condições, a delação premiada será revogada e o braço direito de Bolsonaro será preso novamente.