A montadora de carros Mercedes-Benz foi condenada a pagar R$ 40 milhões em ação coletiva por dano moral encabeçada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico e Eletrônico e de Fibra Óptica de Campinas, Americana e Indaiatuba. A ação é ligada a uma das fábricas da empresa localizada em Campinas, em São Paulo.
Os documentos trazem relatos de funcionários que alegaram serem isolados na empresa no retorno ao trabalho após afastamento temporário. As jornadas de trabalho eram ocioso, impedidos de realizar suas funções e impedidos de frequentar eventos sociais da empresa.
Além disso, eles eram submetidos a humilhações e ofensas de outros colegas e chefias diretas. Há também relatos de trabalhadores serem chamados de “vagabundos”, “gordo” e “macaco”.
A situação se agravou ainda mais em alguns relatos. Uma das vítimas informou que o chefe teria afirmado que gostaria de agredi-lo com uma arma de fogo. Outro metalúrgico, portador de diabetes, teria urinado em suas roupas por impedimento de ir ao banheiro pelos superiores.
A condenação prevê que a Mercedes-Benz deve colocar fim às práticas de assédio moral, principalmente contra trabalhadores reabilitados, elabora programas internos de prevenção e combate a discriminação, instituir processos de mediação e acompanhamento da conduta dos assediadores denunciados e implementar uma ouvidoria interna para tratar do assunto.
Em nota, a Mercedes informou não comentar processos que estejam em andamento e que adota todas as medidas de respeito, proteção, saúde e segurança de seus trabalhadores. O caso ainda cabe recurso no Tribunal Superior do Trabalho.