Mercosul e os quatro países da Efta assinam Acordo de Livre Comércio

ALC criará uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um PIB de mais de US$ 4,3 trilhões
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Chanceler do Brasil, Mauro Vieira, em encontro nesta terça-feira (16). Foto: Letícia Clemente/MRE

Os Estados Membros do Mercosul (a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai) e os Estados da Efta (a Islândia, o Principado de Liechtenstein, o Reino da Noruega e a Confederação Suíça) assinaram um Acordo de Livre Comércio (ALC) em 16 de setembro de 2025, no Rio de Janeiro, Brasil. Saiba mais na TVT News.

O que é o acordo Mercosul e EFTA

O ALC MERCOSUL–EFTA foi assinado, pelo Mercosul, pelo Ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Gerardo Werthein; pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira; pelo Ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Mario Lubetkin; e pela Vice-Ministra de Relações Econômicas e Integração do Paraguai, Patricia Frutos.

Pela Efta, os signatários foram o Vice-Presidente da Suíça, Guy Parmelin; o Ministro da Cultura, Inovação e Ensino Superior da Islândia, Logi Már Einarsson; a Ministra do Comércio e Indústria da Noruega, Cecilie Myrseth; e o Embaixador Frank Buechel, em nome do Liechtenstein.

O ALC criará uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um PIB agregado de mais de US$ 4,3 trilhões. Ambas as partes irão se beneficiar de acesso a mercado ampliado para mais de 97% das suas exportações, o que elevará o comércio bilateral e trará benefícios para as empresas e cidadãos dos países signatários.

O ALC criará novas oportunidades de negócios para agentes econômicos dos Estados do MERCOSUL e da EFTA, inclusive para o elevado número de pequenas e médias empresas atuantes em cada jurisdição. O acordo irá gerar maior acesso a mercados e melhoria nas regras e procedimentos aduaneiros. Promoverá maior previsibilidade e segurança jurídica no comércio entre as suas Partes.

Estudos estimam que, até 2044, o tratado poderá adicionar R$ 2,69 bilhões ao PIB brasileiro, atrair R$ 660 milhões em novos investimentos e elevar em R$ 3,34 bilhões as exportações. Os ganhos serão impulsionados pela eliminação integral de tarifas industriais já no primeiro dia de vigência e por medidas que reduzem barreiras técnicas e sanitárias.

Abrangente e de amplo escopo, o ALC MERCOSUL–EFTA cobre o comércio de bens e de serviços, investimentos, direitos de propriedade intelectual, compras governamentais, concorrência, regras de origem, defesa comercial, medidas sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas ao comércio, dispositivo de solução de controvérsias, além de capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável, com seu correspondente Memorando de Entendimento.

As negociações foram iniciadas em junho de 2017, em Buenos Aires, e um total de 14 rodadas de negociações foi realizado até a conclusão do Acordo.

Desde o início de 2025, o MERCOSUL e os Estados da EFTA se engajaram em um processo intenso de negociações, com base no progresso alcançado até agosto de 2019 e com o objetivo de refletir os desenvolvimentos relevantes desde então, bem como adaptar o acordo ao enfrentamento dos desafios atuais. Essa etapa final incluiu três rodadas presenciais de negociações em Buenos Aires, além de inúmeras reuniões online.

Os Estados do MERCOSUL e da EFTA compartilham o compromisso de garantir a ratificação oportuna do ALC e sua entrada em vigor o mais breve possível.

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Geraldo Alckmin classificou como “estratégico e decisivo” o acordo de livre comércio entre Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Foto: Julio Cesar Silva /MDIC

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, classificou como “estratégico e decisivo” o acordo de livre comércio entre Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), assinado nesta terça-feira (16/9). O acordo fortalece a inserção dos países do bloco sul-americano no continente europeu e apresenta novas oportunidades comerciais para os exportadores brasileiros.

“É um passo estratégico e decisivo para a política comercial do Brasil e para o Mercosul. O acordo mostra ao mundo que o Brasil está pronto para competir e cooperar em alto nível”, afirmou Alckmin.

Oportunidades que serão geradas com o acordo Mercosul – EFTA

Entre os principais beneficiados estão os setores de maior valor agregado. Produtos agroindustriais como carnes bovina, de aves e suína, milho, farelo de soja, frutas (banana, melão e uva), café torrado, sucos de laranja e maçã, mel, etanol e fumo não manufaturado terão acesso preferencial.

Na indústria, áreas como madeira, celulose, pedras ornamentais e semimanufaturados de ferro e aço também devem ganhar espaço.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os setores com maior potencial são alimentos, químicos, máquinas e equipamentos, metalurgia e produtos de metal. Cada segmento, porém, deverá ajustar sua estratégia considerando demanda, preços e logística.

Com Agência Gov

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