Metalúrgicos: diferença salarial entre homens e mulheres diminui 12% em 20 anos

Apesar do avanço notado na base da FEM-CUT/SP, as mulheres ainda recebem, em média, 23,2% a menos que os colegas homens
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A presença das mulheres na categoria também cresceu nas últimas décadas. Foto: Arquivo/EBC

A desigualdade salarial entre homens e mulheres na base da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) reduziu 12,2% nos últimos 20 anos. Apesar do avanço, as trabalhadoras ainda recebem, em média, 23,2% a menos que os colegas homens. O levantamento foi realizado pela economista Caroline Gonçalves, da subseção do Dieese da FEM-CUT/SP, com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) entre 2003 e 2023. Veja em TVT News.

Em 2003, a diferença salarial entre gêneros era ainda maior: as mulheres recebiam, em média, 35,4% a menos que os homens. Na época, o rendimento das trabalhadoras era de R$ 3.647,04, enquanto os metalúrgicos ganhavam R$ 5.647,27. Duas décadas depois, em 2023, o salário médio dos homens é de R$ 5.584,00, enquanto o das mulheres é de R$ 4.286,24, representando uma diferença de 23,2%.

Sindicatos com menor diferença salarial

O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba se destaca com a menor disparidade salarial entre homens e mulheres. Na cidade, as trabalhadoras recebem, em média, 14% a menos do que os trabalhadores. Enquanto eles têm um rendimento médio de R$ 6.474,71, elas ganham R$ 5.568,66.

Em seguida, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté apresenta uma diferença salarial de 15,5%. O salário médio das trabalhadoras na região é de R$ 5.081,39, enquanto os trabalhadores recebem R$ 6.014,04.

Participação das mulheres no setor

A presença feminina na categoria também cresceu nas últimas décadas. Em 2003, a base da FEM-CUT/SP contava com 22.682 mulheres, representando 13,7% do total de trabalhadores. Em 2023, esse número subiu para 38.108, elevando a participação feminina para 17,6%.

O setor de produção concentra a maior parte das mulheres metalúrgicas (39,3%), com uma presença de 11,3% nessa área. Em 2003, esse percentual era de 9,6%. Outro dado relevante é o crescimento da participação feminina em cargos de diretoria e gerência, que passou de 12,6% em 2003 para 23,4% em 2023. Apesar desse avanço, as mulheres representam apenas 4,8% do total de funcionárias no setor.

O setor administrativo continua sendo o que mais emprega mulheres, com um leve aumento na participação: de 34,8% em 2003 para 38% em 2023.

Avanços e desafios

Para Ceres Lucena, secretária da Mulher Trabalhadora da FEM-CUT/SP, os avanços alcançados são fruto de um trabalho sindical constante. “A redução da diferença salarial é um resultado positivo, mas ainda precisamos seguir lutando. A desigualdade salarial entre homens e mulheres é histórica e atinge diversos setores, e por isso sempre batalhamos para incluir nas Convenções Coletivas de Trabalho a garantia de remuneração igualitária”, afirma.

Lucena também destaca a importância do aumento da presença feminina na categoria. “Nossa luta por mais mulheres no setor metalúrgico é permanente. Buscamos garantir que esse tema esteja presente tanto nas negociações sindicais quanto na formulação de políticas públicas para ampliar a participação feminina no mercado de trabalho”.

Com informações da Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da CUT/SP (FEM-CUT/SP)

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