Nesta segunda-feira (12), duas comunidades na cidade de São Paulo se levantaram contra a letalidade da Polícia Militar (PM) de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o projeto de “revitalização” do Centro. Entenda em TVT News.
Na região de Campos Elíseos, a Favela do Moinho protestou contra as demolições na área, enquanto a 15 km de distância, na zona Sul da capital, os moradores de Paraisópolis se manifestaram contra morte de um jovem de 19 anos que ocorreu no sábado (10), em uma operação da PM.
Moradores da Favela do Moinho se revoltam contra a demolição de seis casas
Após a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) realizar demolições na região da Favela do Moinho, moradores atearam fogo em objetos no trilho de de trem que atravessa a comunidade por volta das 16h.
O protesto ocorreu entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, o que afetou o funcionamento dos trens das linhas 8-Diamante, 7-Rubi e 13-Jade por mais de uma hora. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, seis casas foram demolidas. Segundo lideranças comunitárias, não houve acordo para a destruição das moradias, que foi impedida de prosseguir com a manifestação dos moradores.

A remoção gradual das 831 famílias que residem na Favela do Moinho começou na madrugada de 22 de abril. Desde então, moradores organizam bloqueios na entrada da comunidade e manifestações contra o despejo.
A Favela do Moinho é a última de pé no Centro de São Paulo. O projeto do governador Tarcísio de Freitas é expulsar os moradores da região para transformá-la em um parque, mas nem todas as famílias concordam com a saída do local. O terreno é propriedade da União e depende de cessão do governo federal para que o plano siga.
A remoção da Favela do Moinho faz parte do projeto maior de “requalificação” do Centro com a mudança da sede administrativa do governo de São Paulo para o bairro de Campos Elíseos.
Moradores de Paraisópolis protestam contra morte de jovem em operação policial
As avenidas Giovanni Gronchi e Hebe Camargo, na zona Sul de São Paulo, foram interditas por volta das 18h desta segunda-feira (12) por uma manifestação de moradores de Paraisópolis, a maior favela da capital. O motivo é a morte do jovem negro Nicolas Alexandre, de 19 anos, durante uma ação da PM no sábado (10).
Os moradores fizeram barricadas, queimaram fogos, impediram a circulação de oito ônibus na região e viraram um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O Batalhão de Choque da PMSP foi acionado e utilizou bombas de gás e de efeito moral para dispersar os manifestantes enquanto um helicóptero Águia sobrevoava a região. As vias voltaram a ser liberadas por volta das 22h.
Nicolas Alexandre foi morto na Rua Ernest Renan, em Paraisópolis, durante uma operação de combate ao tráfico de drogas que ocorreu a noite. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o jovem foi socorrido no Hospital Campo Limpo, mas não resistiu.