Moraes mantém prisão de 2 acusados pelo assassinato de Marielle Franco

Ministro entendeu que a periculosidade dos acusados está demonstrada
marielle-franco-foi-morta-em-2018-no-rio-de-janeiro-foto-instituto-marielle-franco-tvt-news
Marielle Franco foi morta em 2018 no Rio de Janeiro. Foto: Instituto Marielle Franco

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (22) manter a prisão do major da Policia Militar do Rio de Janeiro Ronald Alves de Paula e do ex-policial militar Robson Calixto. Ambos são réus acusados de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro. Saiba mais em TVT News.

De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), Ronald é acusado de monitorar a rotina da vereadora e repassar as informações para o ex-policial Ronnie Lessa, delator e executor do assassinato. Calixto, ex-policial militar e assessor de outro réu, Domingos Brazão, teria entregue a arma utilizada no crime para Lessa. 

Na decisãoMoraes entendeu que a periculosidade dos acusados está demonstrada no processo, e por isso a prisão deve ser mantida.

“É evidente a necessidade de manutenção da custódia cautelar dos réus ante a necessidade de resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública”, decidiu o ministro.

Na semana passada, Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a condenação dos acusados pelo assassinato de Marielle Franco.

Além de Ronaldo Alves e Robson Calixto, a procuradoria quer a condenação do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, o ex-deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa.

Conforme a delação premiada de Ronnie Lessa, réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa atuaram como os mandantes do crime. Rivaldo Barbosa teria participado dos preparativos da execução do crime.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro.

Nos depoimentos prestados durante a instrução, os acusados negaram participação no assassinato. 

Veja a decisão de Moraes completa, aqui.

Ex-PM Ronnie Lessa é condenado a 90 anos de prisão por morte de casal

Ainda nesta quinta-feira (22), o ex-policial militar Ronnie Lessa, recebeu uma nova condenação por outro crime.

Lessa foi condenado agora a mais 90 anos de reclusão por homicídio doloso duplamente qualificado, pela morte de um casal na Zona Oeste do Rio, em 2014. Além do ex-policial, o ex-vereador do Rio de Janeiro Cristiano Girão foi condenado como mandante do crime, com pena de 45 anos de reclusão.

Os dois réus participaram do julgamento à distância, por estarem presos. Segundo a investigação, as mortes foram causadas por disputas de território de milícia na região da Gardênia Azul.

A juíza Tula Corrêa de Mello, que conduziu o julgamento, destacou que o crime contra o casal ocorreu em plena luz do dia, em uma área residencial e comercial movimentada.

“Ressalte-se a alta capacidade lesiva do autor do delito. Foram feitos ao menos 33 disparos de fuzis AK-47 e AR-15, comumente reconhecidos como armamentos utilizados em guerras mundiais”, afirmou a magistrada.

Em outro trecho da decisão, ela ressaltou: “O delito praticado por meio de execução requer um planejamento prévio. O acusado Ronnie revela o planejamento detalhado e minucioso do crime, com técnicas para montar o carro ideal, se armar e se dirigir ao local do crime somente após estudar o lugar em todas as minúcias, inclusive escolha do melhor horário”.

Com informações da Agência Brasil*

Leia mais:

Escola Marielle nova edição: comunicação para jovens negros

Caso Marielle: Moraes abre prazo para alegações finais da PGR e réus

7 anos sem Marielle: Luyara Franco cuida do legado da mãe

Novo Código Eleitoral: sociedade cobra atenção ao que será votado

Assuntos Relacionados