O ex-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz, o democrata Jimmy Carter, morreu, neste domingo (29), aos 100 anos. Veja detalhes na TVT News.
Ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter morre aos 100 anos
Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA entre 1977 e 1981, que intermediou a paz entre Israel e Egito e recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho humanitário morreu neste domingo no estado da Geórgia, onde nasceu Carter. O ex-presidente Jimmy Carter tinha 100 anos. A Fundação Carter, por meio de nota, anunciou que uma série de homenagens estão previstas para os próximos dias.
Ele pertencia ao Partido Democrata e, durante o governo, também teve de lidar com cenário econômico desfavorável e a crise de reféns no Irã. Jimmy Carter também foi crítico às ditaduras latino-americanas, como as de Pinochet, no Chile, e à ditadura militar no Brasil.
A causa da morte não foi confirmada até o início da noite de domingo, mas Carter estava sob cuidados paliativos desde 2023. Ele sofria com melanoma que se espalhou para o fígado e cérebro.
Jimmy Carter deixou o governo dos EUA muito impopular, mas, depois, trabalhou por décadas em causas humanitárias e criou a Fundação Carter, em 1982. Por meio dela, organizou missões diplomáticas pelo mundo. Após sair da Casa Branca, foi reconhecido internacionalmente como importante nome na luta pelos direitos humanos e pela democracia.
Em 2022, foi duro crítico de Donald Trump e via as ações do então ex-presidente como ameaças à democracia dos EUA.
Como foi o governo de Jimmy Carter nos EUA
Jimmy Carter, como ele mesmo admitia, foi mais popular nos EUA depois que deixou a presidência por conta do destacado papel pela paz mundial.
Nas eleições norte-americanas de 1976, Carter derrotou o republicano Gerald Ford e se tornou o 39° presidente dos EUA. O mandato foi considerado pela opinião pública como um fracasso pela crise econômica e também pelos erros na libertação de reféns norte-americanos na embaixada em Teerã, no Irã.
Jimmy Carter foi prêmio Nobel da Paz
Jimmy Carter recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002 em reconhecimento ao “esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para conflitos internacionais, impulsionar a democracia e os direitos humanos e promover o desenvolvimento econômico e social”.
Jimmy Carter e a crise dos reféns no Irã
A crise dos reféns no Irã foi uma crise diplomática entre os Estados Unidos e o Irã, que ocorreu entre 4 de novembro de 1979 e 20 de janeiro de 1981. O episódio foi marcado pela tomada da embaixada dos Estados Unidos em Teerã por um grupo de estudantes e militantes islâmicos, que mantiveram 52 norte-americanos reféns.
A crise foi marcada por:
- Tentativas de negociação que fracassaram
- A Operação Eagle Claw, uma tentativa de resgate dos reféns que resultou na morte de oito soldados americanos e um civil iraniano
- A assinatura dos Acordos de Argel, na Argélia, que resultou na libertação dos reféns
- O rompimento das relações entre os Estados Unidos e o Irã, que permanecem congeladas até hoje
- A imposição de sanções americanas ao Irã
A crise dos reféns no Irã ocorreu em meio à Revolução Iraniana, que transformou o país de uma monarquia autocrática para uma república islâmica teocrática. A Revolução Iraniana foi motivada por insatisfação com a repressão política, as desigualdades sociais, a influência ocidental e a oposição religiosa do clero xiita.
Jimmy Carter e negociação de paz entre Egito e Israel
Os Acordos de Paz de Camp David, foram assinados pelo presidente egípcio Anwar Sadat e pelo primeiro-ministro israelense Menachem Begin em 17 de setembro de 1978, após doze dias de negociações secretas em Camp David, o retiro do Presidente dos Estados Unidos em Marilândia.
Os dois acordos foram assinados na Casa Branca e intermediados pelo presidente Jimmy Carter. O segundo (Uma Estrutura para a Conclusão de um Tratado de Paz entre o Egito e Israel) levou diretamente ao tratado de paz Egito-Israel de 1979. Devido ao acordo, Sadat e Begin receberam o Prêmio Nobel da Paz de 1978, compartilhado. O primeiro acordo (Um Marco para a Paz no Oriente Médio), que tratava dos territórios palestinos, foi escrito sem a participação dos palestinos e foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Com informações da Agência Brasil, portais G1, CNN e agências de notícias