O escritor Luis Fernando Veríssimo morreu n madrugada deste sábado, aos 88 anos em Porto Alegre. O escritor estava internado em estado grave. Leia em TVT News.
Luis Fernando Veríssimo morre aos 88 anos; ele era um dos maiores escritores brasileiros
Luis Fernando Veríssimo foi um dos mais importantes autores da Literatura brasileira. Ele foi cronista, romancista, humorista e criador de personagens como O Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, Ed Mort, Família Brasil entre outros.
Luis Fernando Veríssimo estava há alguns anos com uma série de problemas de saúde. Em 2020, retirou câncer na mandíbula. Ele também sofria com o mal de Parkinson.
Em 2021, Luis Fernando Veríssimo teve um AVC que lhe o afastou do ofício de escritor. Ele se comunicava apenas o olhar.
Quem foi Luís Fernando Veríssimo
Luís Fernando Veríssimo nasceu em Porto Alegre, em 1936, e construiu uma carreira marcada pelo humor refinado e pela crítica social.
Filho do escritor Érico Veríssimo, cresceu cercado por livros e pela literatura, mas também desenvolveu interesse pela música e pelo jornalismo. Trabalhou como tradutor, roteirista e colunista em jornais de circulação nacional, consolidando-se como um dos nomes mais populares da literatura brasileira contemporânea.
Ao longo de mais de seis décadas de atuação, Veríssimo se destacou por sua escrita leve e direta, mas sempre carregada de observações sobre a política, o comportamento e o cotidiano. Sua forma de narrar aproximou leitores de diferentes gerações, tornando-o um autor presente tanto em jornais quanto em salas de aula.
Quais as principais obras de Luís Fernando Veríssimo
Entre as obras mais conhecidas de Luís Fernando Veríssimo estão “Comédias da Vida Privada”, que mais tarde virou série de televisão, e “O Analista de Bagé”, um clássico da sátira brasileira. Seus contos e crônicas, publicados em livros e jornais, formam uma extensa produção que atravessa décadas.
Também é autor de romances como “O Clube dos Anjos”, integrante da coleção Plenos Pecados, e de “Borges e os Orangotangos Eternos”, na qual homenageia a tradição do romance policial. Além disso, sua produção voltada ao humor gráfico, como as tiras de quadrinhos, reforça sua versatilidade.
Com mais de 60 livros publicados, Veríssimo consolidou sua presença no cenário literário e tornou-se referência para escritores e leitores interessados em literatura crítica e bem-humorada.
Foram as crônicas e os contos que tornaram Veríssimo um dos escritores contemporâneos mais populares no país.
Com fama de ser um homem calado, Verissimo costumava dizer que não era ele que falava pouco, “os outros é que falam muito”. Em 2017, quando tinha chegado aos 80 anos, ele disse em entrevista ao programa Conversa com Rosean Kennedy, da TV Brasil, como gostaria de ser lembrado.
“Gostaria de ser lembrado pelo o que eu fiz, pela minha obra, se é que posso chamar de obra, mas pelos meus livros. E, talvez, pelo solo de um saxofone, um blues de saxofone bem acabado”, contou.
Na mesma entrevista ele disse que tinha uma fantasia de ser conhecido e viver apenas da música, que era sua paixão. E aconselhou que a vida não deve ser levada tão a sério.
“No fim, pensando bem, a vida é uma grande piada. Acontece tudo isso com a gente, e a gente morre…que piada, né? Que piada de mau gosto. Mas acho que temos que encarar isso com uma certa resignação, uma certa bonomia [bondade]”.
Assista a entrevista de Veríssimo ao programa Conversa com Rosean Kennedy, da TV Brasil
Luis Fernando era filho de Érico Veríssimo
Érico Veríssimo, o pai de Luis Fernando, foi um dos principais romancistas brasileiros do século XX. Autor de obras consagradas, Érico Veríssimo escreveu sobre a realidade social e política do país, sempre com atenção às transformações históricas do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Além de romancista, atuou como tradutor, diretor cultural e manteve forte presença no cenário literário internacional, especialmente durante sua passagem pelos Estados Unidos como diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana.
Érico Veríssimo deixou uma obra ampla que vai do romance histórico ao contemporâneo. Sua escrita influenciou gerações de leitores e consolidou a literatura gaúcha no cenário nacional. Foi também referência e inspiração para o filho, que herdou dele não apenas o interesse pela escrita, mas também a capacidade de dialogar com diferentes públicos.
Entre seus livros mais conhecidos está “O Tempo e o Vento”, trilogia publicada entre 1949 e 1962, considerada uma das obras mais importantes da literatura brasileira. A triologia narra mais de dois séculos de história do Rio Grande do Sul por meio da saga da família Terra Cambará, conectando fatos históricos com dramas pessoais.
Com forte impacto cultural, a trilogia “O Tempo e o Vento” foi adaptada para cinema e televisão e permanece como marco fundamental da narrativa histórica no país.
Com informações da Agência Brasil
